Presidente da CTB quer mobilização total para 14 de agosto

Em certa medida, já se verifica uma intensificação do processo de mobilização, que reúne todas as centrais e outras organizações dos movimentos sociais. Os protestos devem levar milhares de pessoas às ruas sexta-feira (14) nas principais capitais brasileiras. Em São Paulo, a manifestação acontecerá a partir das 10h, com concentração na Praça Oswaldo Cruz, seguindo a partir daí pela avenida Paulista rumo ao vão livre do Masp. Nesse percurso, os manifestantes prometem fazer duas paradas, uma em frente ao prédio da Petrobrás e outra em frente à Fiesp.

Em entrevista à jornalista Cinthia Ribas, do Portal CTB, Wagner Gomes destacou que o Dia Nacional de Luta demonstrará a força e capacidade de organização dos movimentos sindical e populares, que envolve estudantes, mulheres, negros, jovens, idosos, sem-teto e trabalhadores rurais, entre outros segmentos populares.

Portal CTB: Qual o objetivo do ato?

Wagner Gomes:
O objetivo é que façamos em todas as capitais o Dia Nacional de Luta. Entre as principais reivindicações constam a defesa da ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT; a luta pela redução dos juros, pelo fim do superávit primário, pela redução da jornada sem redução de salários e direitos; reforma agrária e urbana; fim do fator previdenciário; defesa da Petrobrás e das riquezas do pré-sal; mais investimentos em saúde, educação e moradia. A reivindicação central é a redução de jornada sem redução de salário, que foi aprovada por unanimidade na Comissão Especial e aguarda votação em plenário.

P: E o papel dos trabalhadores nesse processo?

WG: O ato está sendo organizado pelas centrais sindicais e pelos movimentos sociais. Para aprovarmos no Congresso a redução da jornada vamos precisar de 3/5 dos votos, ou seja, 308 deputados a favor. Se não tiver uma grande mobilização dos trabalhadores, das entidades e das centrais sindicais dificilmente conseguiremos alcançar essa quantidade de votos. Portanto, a idéia é conscientizar a sociedade para a importância dessa batalha, principalmente em um momento de crise como esse que passamos agora. Pelas contas do Dieese, a redução da jornada vai gerar cerca de 2,5 milhões de empregos diretos no mercado formal. Essa é o papel da classe trabalhadora: alertar a sociedade para a importância da luta pela redução da jornada de trabalho.

P: Como estão as mobilizações nas capitais?

WG: Foram realizadas reuniões preparatórias em todos os Estados onde ocorrerão os atos. O nacional será em São Paulo, onde pretendemos levar milhares de pessoas às ruas. Mas, acontecerão atos em todas capitais. E a expectativa é de que todos se empenhem ao máximo para o sucesso da atividade.  A CTB tem aproveitado a realização dos seus encontros estaduais, que estão superando as expectativas, para intensificar a convocação para que todos os trabalhadores participarem ativamente dos atos públicos e passeatas que acontecerão nos estados. Esses encontros estão demonstrando a vitalidade da ação sindical classista, que busca construir a unidade na luta pelo emprego e em defesa dos direitos e conquistas sociais. A CTB que desde seu congresso de fundação prioriza a defensa dessa bandeira histórica tem que estar à altura desse desafio. Tem que mobilizar ao máximo possível para que consigamos fazer um ato vitorioso.

P: A Jornada Nacional de Lutas é uma iniciativa das centrais sindicais e dos movimentos sociais. Qual a importância dessa unidade para o movimento sindical?

WG: Há cerca de dois anos mantemos a unidade em torno dessas bandeiras centrais, ao lado de estudantes, mulheres, negros, movimentos de bairro, entre outros segmentos dos movimentos sociais. Essa unidade é decisiva para a conscientização da população na defesa dos seus direitos.

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