Fora Bolsonaro é mais que uma palavra de ordem, é uma questão de salvação nacional

Por Francisca Rocha

Todas as pessoas que pensam no país e em como superar a pandemia e a crise econômica que empurra milhões de brasileiras e brasileiros para a fome, já sabem da necessidade de intensificar a campanha Fora Bolsonaro como a melhor maneira de salvar o país do iminente fracasso.

Em 2 anos de desgoverno, o Brasil afunda numa crise sem precedentes, agravada pela pandemia do coronavírus. Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da Economia, socorrem banqueiros, latifundiários, grandes conglomerados econômicos e deixam os mais pobres a ver navios.

As mortes pela Covid-19 avançam avassaladoramente, sem que o desgoverno tenha uma coordenação nacional para resolver esse problema sanitário. Já são mais de 220 mil óbitos e quase 9 milhões de contaminados pelo coronavírus e o desgoverno causa atrito diplomático com a China e com a Índia, grandes produtores de vacina e atrasa o envio de insumos para o Butantan e a Fiocruz fabricarem vacinas.

Desde o início, cortou verbas das áreas sociais, essencialmente educação e saúde púbicas. Não apresenta um projeto nacional de desenvolvimento para criar empregos e aumentar a renda da classe trabalhadora. Tira conquistas fundamentais para a melhoria de vida das pessoas e entrega o patrimônio nacional num projeto de privatizações absurdas.

Não respeita a natureza, os povos indígenas, os quilombolas, as mulheres, os LGBTs, os idosos, as crianças e os jovens, ataca sistematicamente os direitos trabalhistas e os interesses nacionais. Vive com um discurso beligerante e corta inclusive o auxílio emergencial para socorrer quem realmente precisa durante o isolamento social.

Negligencia a doença, virou garoto propaganda da cloroquina, que não tem comprovação científica nenhuma contra a Covid, insufla aglomerações, incentiva o não uso de máscaras e não faz nada para resolver essa grave crise sanitária. Basta um olhar para Manaus e ver a irresponsabilidade do presidente, do ministro da Saúde, do governador do Amazonas, do prefeito de Manaus e da empresa responsável em fornecer oxigênio aos hospitais. Gente morrendo asfixiada por falta de oxigênio é um verdadeiro crime contra a humanidade.

É preciso cair a ficha

O desgoverno não tem dinheiro para o necessário auxílio emergencial, para a educação, para a saúde, para salvar a vida de brasileiras e brasileiros, mas tem dinheiro de sobra para comprar leite condensado (mais de R$ 15 milhões), goma de mascar (R$ 2,2 milhões), iogurte, refrigerante, chocolate (foram mais de R$ 170 milhões), entre outros alimentos. Somente em 2020, Bolsonaro consumiu R$ 1,8 bilhão em “alimentos”, enquanto cerca de 70 milhões de pessoas estão na pobreza e extrema pobreza, que avança a passos largos no país. É preciso investigar a fundo esses gastos com dinheiro público.

A fome cresce e Bolsonaro toma leite condensado. É uma Maria Antonieta (1755-1793) piorada. A rainha da França ironizou a luta popular por direitos e melhoria de vida e afirmou que “se as pessoas têm fome e não tem pão, que elas comam brioche”, que é muito mais caro.

São motivos de sobra para um processo de impeachment de um presidente insolente, incapaz, soberbo e inepto. O Brasil não merece passar pelo que está passando e nada é feito para mudar essa situação. Ou o povo se levanta e tira Bolsonaro ou o atual ocupante do Palácio do Planalto afunda com o país.

Pessoas estão morrendo, florestas queimando, terras sendo invadidas por latifundiários, empresas demitindo, juventude se perspectiva e Bolsonaro ri da desgraça que se abate sobre o país. Fora Bolsonaro é mais que uma palavra de ordem, é uma questão de salvação nacional.

Francisca Rocha é secretária de Assuntos Educacionais e Culturais do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), secretária de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Educação (CNTE) e dirigente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, seção São Paulo (CTB-SP).