Trabalhadoras e trabalhadores protestam contra a reforma da previdência em Sergipe

Publicado 19/02/2018
Atos públicos na capital e interior, paralisações e uma caminhada pelas principais ruas do centro comercial de Aracaju (SE) marcaram o Dia Nacional de Luta contra a Reforma da Previdência em Sergipe. Os professores e servidores da Universidade Federal de Sergipe (UFS) paralisaram as atividades e não houve aula também nas escolas públicas da capital e do estado.
Liderados pelas centrais sindicais – CTB, CUT, UGT e CSP Conlutas -, os trabalhadores e trabalhadoras sergipanos foram às ruas e disseram não à Reforma da Previdência e ao governo golpista de Temer, e condenaram a intervenção
federal no Rio de Janeiro.
Apropriação
As manifestações tiveram início às 7 horas, com um protesto na frente da agência do INSS, da Avenida Ivo do Prado na capital sergipana. Entidades como a UBM, Cebrapaz e sindicatos de trabalhadores aderiram ao protesto. Durante o ato, a vice-presidenta da CTB e presidenta do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE), denunciou a tentativa do governo de se apropriar da contribuição previdenciária dos trabalhadores.
“Querem se apropriar, inclusive, da parte solidária dessa contribuição que garante àqueles, que não tiveram acesso ao trabalho formal, o direito a um ganho mínimo na sua aposentadoria. Esses mesmos usurpadores querem falir a
Previdência Social para beneficiar o capital privado”, disse Ivânia Pereira.
Injustiça
A líder sindical ressaltou ainda que a luta contra a reforma é de todos os brasileiros, aposentados ou não. “É dos homens, das mulheres e dos jovens que ainda não entraram no mercado de trabalho, porque se permitirmos, eles vão quebrar a Previdência e ninguém mais vai se aposentar”, enfatizou.
Shirley Morales, presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado (Seese-SE), exigiu justiça. “Enquanto alguns legisladores dizem que a população tem que trabalhar mais para ter direito à sua aposentadoria, governantes e
legisladores se aposentam muito mais cedo. Que injustiça é essa?”, questionou.
Intervenção
Após o ato no INSS, os manifestantes fizeram uma caminhada pelas ruas da capital em direção à sede da Superintendência do Ministério do Trabalho e Emprego (SRTE) onde realizaram mais um ato público. O presidente da CTB-SE, Adêniton Santana, condenou a intervenção no Rio e salientou que essa foi uma estratégia do governo para desviar o foco da Reforma da Previdência.
Para o dirigente sindical, Temer não tem os votos necessários para aprovar a reforma e criou um fato político para ter mais tempo para pressionar os deputados e senadores a se posicionarem a favor do projeto do governo.
“Nós temos que ter consciência de que a luta da sociedade contra a Reforma da Previdência deve continuar. Vamos manter a mobilização contra essa proposta que penaliza os trabalhadores”, enfatizou.
Consequências
A presidente da UBM-SE, Maria da Pureza Sobrinha, avaliou como positiva as manifestações desse dia de luta, principalmente pela participação das mulheres nos atos. “Esse projeto traz consequências maiores para as mulheres, especialmente as trabalhadoras rurais, as domésticas e as professoras. Elas têm aposentadorias diferenciadas dos demais trabalhadores, mas o projeto acaba com isso. Se a reforma passar, elas não vão mais se aposentar”, esclareceu.
Niúra Belfort – CTB-SE