São Paulo: em protestos e paralisações, centrais rejeitam terceirização e MPs

Como definido pelo conjunto das centrais sindicais, o dia 29 de maio tornou-se o Dia Nacional de Paralisação e Manifestações, concentrando a mobilização de centenas de sindicatos por todo o país. Em pauta estão as lutas acordadas no dia 1º de Maio: pela defesa dos direitos dos trabalhadores, contra as MPs 664 e 665, contra o PL 4.330/04, pelo fim do Fator Previdenciário, pela manutenção do recém-proposto “Cálculo 85/95” e em defesa da democracia.

Veja as imagens:
Em São Paulo, manifestantes queimam caixão que simboliza terceirização
Contra o PL da terceirização, manifestantes saem em caminhada pelas ruas

Em São Paulo, as atividades começaram logo pela manhã, com uma caminhada conjunta entre CTB e Nova Central que foi da Praça Campo de Bagatelle até o Parque Dom Pedro II. Ainda na concentração, o presidente da CTB, Adilson Araújo, definiu a pauta central da caminhada: “Todos sabem que trabalhador terceirizado recebe menos e é mais vuneravel a doenças e morte por isso é preciso gritar em alto e bom som não à terceirização. O objetivo aqui é dar nossa posição pelo sepultamento deste projeto de lei que escancara a terceirização”. Ao final do trajeto, o grupo estendeu uma enorme faixa com os dizeres “Não à Terceirização” em frente ao terminal rodoviário Dom Pedro II.

adilson entrevista gazetaO presidente da CTB, Adilson Araújo, falou com a imprensa ao final do ato (Foto: Renato Bazan/CTB)Respondendo aos jornalistas, Araújo comentou novamente: “É importante colocarmos nossa mensagem para a população. Não é preciso que o custo do desenvolvimento nacional recaia sobre os trabalhadores do Brasil, que sejamos nós a pagar a conta da crise com redução de salários e jornadas mais longas, como quer o projeto da Lei da Terceirização imposto pelo [presidente da Câmara dos Deputados] Eduardo Cunha”. O presidente da Nova Central de São Paulo, Luiz Gonçalves, também manifestou insatisfação quanto às últimas movimentações no Câmara.

Mobilizações pelo estado

Não foi apenas no centro da capital paulista que aconteceram protestos. Ao mesmo tempo em que CTB e Nova Central trilhavam a Avenida do Estado, a UGT fechou parcialmente a Avenida Paulista para realizar seu próprio ato em frente à Fiesp, e a rodovia Cônego Domênico Rangoni foi interditada em ambos os sentidos em Santos. Na Rodovia Raposo Taves, funcionários e estudantes da USP entraram em confronto direto com a Polícia Militar após uma tentativa de bloqueio o fluxo. Pelo menos 19 universidades federais amanheceram paralisadas nesta sexta-feira.

Com a adesão de sindicatos relacionados aos transportes públicos em diversas cidades, o rush matinal foi paralisado em cidades do interior – na região do ABC, por exemplo, o serviço de ônibus foi interrompido a partir das 3h, efetivamente travando o município até as 8h. Paralelamente, os metalúrgicos da região fizeram paralização e caminhada própria ,e os trabalhadores do setor químico seguiram a mesma fórmula. O setor de transportes em Guarulhos fez o mesmo, cruzando os braços e concentrando manifestações em frente aos seus respectivos locais de trabalho. Em São José do Campos, os metalúrgicos decretaram greve de 24 horas. Em Paulínia, foram os petroleiros que lideraram os protestos.

Por Renato Bazan – Portal CTB

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