Plenária da Fecosul termina com a elaboração de propostas políticas para a superação da crise

Todos os participantes da 9ª Plenária Estadual da Fecosul, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, elogiaram a qualidade dos palestrantes e dos debates durante o evento que iniciou na quarta-feira (6), e se encerrou nesta quinta-feira.

Já no início da plenária, Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e da CTB-RS, aludiu aos 80 anos da entidade e logo após houve a apresentação de um vídeo comemorativo. Nivaldo Santana, secretário de Relações Internacionais da CTB, foi o primeiro a falar sobre a conjuntura nacional.

Ele denunciou o golpe de Estado de 2016 como um instrumento utilizado para viabilizar a retirada de direitos. Para ele, a reforma trabalhista tem como “um dos principais objetivos acabar com as entidades sindicais, inviabilizando a sua sustentação”.

Só a luta garante barrar os retrocessos

Na manhã da quinta-feira (7), foi a vez de Clemente Ganz Lúcio, coordenador-geral do Dieese. Clemente, em sua fala, foi enfático defendendo a ideia de que o movimento sindical precisa se reinventar. Para justificar essa afirmação, apontou as mudanças no mercado de trabalho, a diminuição das vagas de emprego, a tecnologia substituindo as pessoas.

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Para ele, “o sindicato precisa debater as questões éticas que envolvem a ocupação dos espaços de trabalho pelas máquinas. E precisa se adaptar a este novo cenário”. Segundo sua visão a mudança na estrutura sindical é vital.

Clemente finaliza apontando uma alternativa: “Num mundo que divide, num mundo que compete, precisamos defender a associação, a união, a solidariedade. Aqui precisa estar o sindicato”.

A seguir, Marcelo D’Ambroso, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho, região 4 (TRT4), traça panorama geral da conjuntura política e jurídica brasileira e trata das convenções coletivas e do papel do sindicato frente a essas mudanças.

D’Ambroso começa falando sobre a greve dos caminhoneiros. “Não podemos ignorar o papel manipulador da mídia com relação a essa greve. Já vivemos isso no Brasil e em outros países, em períodos pré-ditadura”. De acordo com ele, “mídia e conservadores criam o fato ‘o Brasil não tem mais jeito, precisamos de socorro’ e, assim, justificam a intervenção militar. E aí estaremos, mais uma vez, num estado de exceção”.

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Para ele, “a reforma trabalhista brasileira quer discutir representação sindical, mas, ao mesmo tempo, tira o custeio das entidades. Isso é uma falácia”. Por fim, o desembargador trata das mudanças legais no mundo do trabalho após a reforma e aponta as inconstitucionalidades e aquilo que precisa ser questionado.

Em sua fala, Nivaldo Santana expressa a esperança dos presentes e da classe trabalhadora ao ressaltar que “temos a oportunidade de virar o jogo e eleger um governo que devolva os direitos para a classe trabalhadora”. Isso é o que motiva a Fecosul.

Juliana Figueiró Ramiro – Fecosul. Fotos: Rodrigo Positivo

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