Pacote de Sartori: “1,2 mil ficarão sem trabalho”, denuncia presidente da CTB-RS

Na última quarta-feira (21), a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou dois projetos de lei que extinguem oito fundações estaduais. Com a aprovação do projeto, o governo de José Ivo Sartori (PMDB) fica autorizado a demitir centenas de servidores que trabalham nestas fundações.

Aprovado o pacotaço de Sartori que extingue oito fundações e promove centenas de demissões

Na avaliação do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil no Rio Grande do Sul (CTB-RS), Guiomar Vidor, o pacote do Sartori demonstra seu descompromisso com o projeto de desenvolvimento do estado. Segundo ele “Ao extinguir as fundações, abre-se mão de instrumentos essenciais para que o Estado possa ter todo um sistema de pesquisa, estudos, conhecimento e de planejamento”, frisa o dirigente. 

De acordo com Vidor a extinção das fundações irá acentuar ainda mais o problema do desemprego. “Serão 1,2 mil pessoas que ficarão sem trabalho. Isso terá impacto direto na distribuição de renda e no crescimento econômico do Estado”, avalia.

“A ofensiva do Governo do Estado é contra os direitos dos trabalhadores e, principalmente, contra os servidores públicos ao implementar políticas de parcelamento do 13º e propor o pagamento dos salários até o dia 20 do mês seguinte”, denuncia o sindicalista.

Repressão

Em relação à repressão sofrida pelos servidores que acompanhavam a votação do lado de fora do plenário, o dirigente informou “Os trabalhadores não tiveram nem o direito de reivindicar e estar dentro da Assembleia nas votações. Houve um grande sítio no local, algo jamais visto na história do estado, onde centenas de policiais reprimiram de forma violenta os movimentos sociais”, sublinha Vidor.

Para ele, esta foi uma mostra de como o governo irá responder à oposição. “Isso demonstra o tipo de comportamento que teremos pela frente. Esse é um governo que não busca o diálogo e sim a imposição pela repressão. Precisamos nos organizar e fortalecer nossa união para enfrentar essa realidade de criminalização dos movimentos”, alerta.

“A CTB acompanhou diretamente todas as manifestações tanto na Praça da Matriz, quanto dentro da Assembleia. Tentamos construir saídas alternativas, mas não conseguimos avançar em conquistas para os servidores públicos já que infelizmente o Governo tem maioria na Assembleia”, informa.

Justificativa 

“O argumento dado à sociedade é que essas propostas do governo vão resolver os problemas do Estado, mas eles não estão atacando os problemas centrais”, aponta Vidor. “Só em sonegação o estado perdeu 6,9 bilhões este ano, segundo dados da Afocefe (Associação dos Técnicos Tributários do Rio Grande do Sul).” Há também os incentivos fiscais, mais 9 bilhões por ano, que da forma como estão sendo feitos hoje, não tem dado retorno para receita do estado e geração de emprego, como esperado”, frisa.

“Além disso, o governo teve uma vitória nacional, em Brasília, quando a Justiça Federal suspendeu o pagamento da dívida por três anos. Isso dá um fôlego ao estado. Por todas as razões, não há motivo para terem sido tomadas essas medidas”, critica.

Com informações de Aline Vargas – CTB-RS
Foto: CTB-RS

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