O “sertanojo” Sérgio Reis faz terrorismo

Por Altamiro Borges

O “sertanojo” Sérgio Reis sempre foi um político medíocre e motivo de chacota. Nada fez de útil como deputado federal pelo PRB, o partido da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) – sem projetos, sem discursos, sem nada. Agora ele fala em “parar o Brasil” em defesa do genocida Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado está a serviço de quem? Ruralistas, milícias, “pastores” evangélicos? Ou é só oportunismo de um político e músico decrépito?Segundo o site Terra, Sérgio Reis seria o principal agitador de um suposto protesto dos caminhoneiros agendado para 7 de setembro, Dia da Independência. “Em um áudio e vídeo atribuídos ao cantor e que circulam em grupos de WhatsApp e no Twitter, o cantor convocou uma greve nacional de caminhoneiros para protestar contra os 11 ministros do STF, um dos alvos de ataques do presidente, de quem o músico é aliado”.

Ruralistas e o apoio financeiro ao terrorista

Em um dos vídeos, o sertanejo esbraveja com seu vozeirão: “Nós vamos parar 72 horas. Se não fizer nada, nas próximas 72 horas, ninguém anda no País, não vai ter nem caminhão para trazer feijão para vocês aqui dentro”. A gravação teria ocorrido durante reunião de ruralistas em Brasília. No vídeo, ele aparece sentado ao lado do presidente da Associação Nacional dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan. “Nada vai ser igual, nunca foi igual ao que vai acontecer em 7, 8, 9 e 10 de setembro, e se eles não obedecerem nosso pedido, eles vão ver como a cobra vai fumar, e ai do caminhoneiro que furar esse bloqueio”, ameaçou o cantor-terrorista.

Ainda segundo o site, “em um dos áudios, o cantor sugere que o movimento conta com apoio financeiro para manter os manifestantes hospedados e alimentados em Brasília por mais de um mês. Seria uma forma de forçar os senadores a aprovarem o afastamento dos ministros do STF e o voto impresso. O artista dá a entender que o presidente Jair Bolsonaro apoia o movimento. Ele afirma ter chegado de Brasília, onde teria almoçado com Bolsonaro e participado da reunião com produtores de soja, além de integrantes do Ministério da Defesa e do Exército, Marinha e Aeronáutica. ‘Todos os fortes. São pessoas importantes que não tinham ideia do que estava sendo preparado pelos caminhoneiros’, disse”.

O site Terra acrescenta: “Sérgio Reis diz ainda que pretende se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), para apresentar uma ‘intimação’. Segundo ele, ‘não será um pedido, mas uma ordem. Já entramos com pedido de o presidente do Senado nos receber no dia 8 de setembro, vou eu e dois líderes dos caminhoneiros, e dois líderes do sindicato da soja, para entregar a ele uma intimação, não é um pedido, é uma intimação, como se fosse um oficial de Justiça que fala ‘cumpra-se’, disse o cantor”.

Caminhoneiros negam greve do oportunista

“Enquanto o Senado não tomar essa posição que nós mandamos fazer, nós vamos ficar em Brasília e não saímos de lá até isso acontecer. Uma semana, dez dias, um mês e os caras bancando tudo, hotel e tudo, não gasta um tostão. E se em 30 dias eles não tirarem aqueles caras, nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”.

Segundo notinha da Folha, a “greve geral” convocada pelo oportunista Sérgio Reis é uma bravata. Nenhuma liderança da categoria estaria envolvida na sua preparação e nem o Palácio do Planalto acredita na sua realização. “Wallace Landin, presidente da Abrava (Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores), que tem o apelido de Chorão, afirmou ao Painel que o movimento do cantor Sérgio Reis pode atrapalhar os caminhoneiros”.

“Pela manhã, Chorão divulgou um vídeo no qual critica duramente a posição de Sérgio Reis e afirma que os caminhoneiros não estão envolvidos nos atos e que ele não se manifesta politicamente. Ainda afirmou que o cantor não os representa e nunca lutou pela pauta do setor quando era deputado federal. ‘Ele tem que falar em nome dos artistas que ele representa, que é o segmento dele’, disse o caminhoneiro ao Painel da Folha”.

Em tempo: de greve de caminhoneiros, parece que Sérgio Reis não entende muito. O que ele manja mesmo é de grana pública. Como deputado pelo PRB em São Paulo, eleito em 2014 com 45.330 votos, ele não fez nada de proveitoso, mas segundo o site Wikipédia, “no terceiro ano de seu mandato, ele foi o deputado que mais recebeu dinheiro em emendas parlamentares, totalizando R$ 8.406.533,39”. Em 2018, alegando problemas de saúde, ele não se candidatou à reeleição. Lançou sua esposa, mas ela teve apenas 4 392 votos.