Próximo Congresso irá consolidar a organização da CTB

nivaldo santana ctb

Neste mês de dezembro a CTB completa cinco anos de existência e para comemorar essa data importante, o Portal CTB traz uma séria de entrevistas especiais, com os dirigentes da central.

O vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, é um dos entrevistados. O dirigente faz uma análise sobre a trajetória da CTB e as perspectivas para o futuro.

Portal CTB: Quanto à criação da CTB, quando as forças políticas decidiram criar uma central classista, como foi esse momento?

Nivaldo Santana: A CTB foi criada em um ambiente de mudanças políticas no Brasil e na América Latina, com repercussões no movimento sindical e a necessidade de um sindicalismo classista ter um papel mais protagonista na luta pela unidade do movimento sindical, em defesa do desenvolvimento com valorização do trabalho.

Na realidade atual do sindicalismo brasileiro a unidade não passa por nenhuma central exclusivamente, por isso que a CTB teve a sua fundação e tem valorizado bastante sua atuação no Fórum das Centrais.

Passados cinco anos de sua criação, falar em avaliação positiva é algo natural. Dessa forma, em sua opinião quais são os aspectos mais relevantes dessa trajetória?

Nessa trajetória de cinco anos da CTB, ela aumentou bastante a sua representatividade, tanto no sindicalismo urbano quanto no rural. A CTB se tonou também uma referência de sindicalismo unitário, foi a primeira proponente da realização da histórica Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1º de junho de 2010, que viabilizou a construção unitária de uma agenda, que servirá de verdadeiro programa para o movimento sindical brasileiro por um longo período. Além disso, a CTB tem se colocado na linha de frente na defesa de uma agenda trabalhista no Congresso Nacional, com destaque para a luta fim do fator previdenciário, pela redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários, entre outras questões que combatem a precarização das relações de trabalho, como a terceirização e outros meios.

A CTB busca elevar a qualidade de trabalho no mercado brasileiro e também vem contribuindo pela defesa da indústria nacional, além de ter desenvolvido uma importante campanha em defesa da unicidade e da contribuição sindical, que são duas conquistas importantes para garantir a essência das entidades sindicais.

Já que você tocou na questão da Unicidade Sindical, como você avalia a campanha desenvolvida pela CTB? Que resultados ela trouxe?

A CTB desde sua fundação e tem como ponto programático na área da organização sindical a defesa do artigo 8º da Constituição Brasileira, que entre os pontos prevê a estabilidade dos dirigentes sindicais, unicidade, contribuição sindical entre outras medidas democráticas. Nós consideramos que o pluralismo sindical, a fragmentação dos sindicatos e adoção da convenção 87 da OIT no Brasil, só vai servir para enfraquecer o movimento sindical e facilitar a vida do patronato. Por isso a nossa compreensão é que a nossa campanha proporcionou um ânimo novo para essa luta, que no fundo tem o apoio da imensa maioria do movimento sindical brasileiro.

Um tema que ainda precisará de muitas discussões internas é a situação das CTB’s estaduais. Que análise você faz dessa questão?

A CTB está preparando o seu terceiro congresso nacional, dentro desse congresso nós vamos atualizar o nosso programa, reforçar as propostas básicas da CTB. E tendo como foco o fortalecimento da central, que passa pela ampliação das filiações, desenvolver mais a nossa capacidade de mobilização e estruturar mais e melhor as CTB’s estaduais. Pois é a organização nos estados que irá garantir uma CTB forte e representativa e mobilizada. Sendo assim, o congresso da CTB vai se realizar em um clima de grande unidade e maturidade política, que ajudará no desenvolvimento dessas questões.

Em relação ao terceiro Congresso da CTB quais suas expectativas?

O próximo congresso da CTB vai consolidar a organização da central, consolidar o seu programa e sua visão classista da luta dos trabalhadores e também vai reafirmar a nossa luta em defesa democracia do nosso país, que vive sob constante ataque das forças conservadoras. E reforçar a nossa luta em defesa de um desenvolvimento nacional, com valorização do trabalho e também será um espaço de aprofundamento das relações internacionais, seja o fortalecimento do encontro sindical Nossa América com a luta pela integração dos trabalhadores da América Latina e do Caribe, seja com a nossa participação na Federação Sindical Mundial (FSM), da qual a CTB é filiada.

Como você avalia o cenário nacional para o movimento sindical?

Uma questão importante da luta sindical na atualidade é a luta pelo desenvolvimento e valorização do trabalho. É preciso manter um sinal de alerta por causa das ameaças contra a democracia no nosso país, a judicialização da política e a manipulação promovida pelos meios de comunicação, que tentam interromper o ciclo progressista iniciado no Brasil com o ex-presidente Lula e que tem continuidade com a Dilma.

Então a luta pelo desenvolvimento do trabalho e valorização do trabalho precisa estar ancorada na defesa da democracia, das instituições democráticas e contra a discriminação da política e dos movimentos sociais.

Paula Farias – Portal CTB

 

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