Não basta trocar o ministro da Educação, tem que trocar o comando central, afirma educadora Valéria Morato

Por Railídia Carvalho

A presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil de Minas Gerais, a educadora Valéria Morato afirmou que o novo ministro da Educação, Carlos Decotelli, não atende aos preceitos constitucionais da educação brasileira. “Não basta só lutar para troca de ministro, precisamos trocar o comando central”, disse Valéria ao Portal CTB. 

A dirigente também é presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais e reiterou que o presidente Jair Bolsonaro tem como projeto entregar o Brasil e a educação faz parte deste projeto. Esse ministro é muito ligado à irmã do Paulo Guedes e reafirma dentro da gestão do MEC uma gestão de privatização da educação e entrega para grandes conglomerados que tratam a educação como mercadoria”, argumentou Valéria.

Para ela o governo Bolsonaro parece mais um quartel que um governo. “É mais militar que civil”, afirmou. Carlos Decotelli é oficial de reserva da Marinha. Ele substituiu Abraham Weintraub, que sucedeu Ricardo Vélez. “É o terceiro ministro em um ano e meio de governo. Esse governo não tem nenhum rumo e nenhuma meta para a educação pública. Não sabe de educação, nem para que serve a educação e nem os preceitos constitucionais”, ressaltou Valéria.

A presidente da CTB-MG também lembrou que Decotelli tem o nome ligado a suspeitas sobre um edital de R 3 bilhões de reais, alvo da Controladoria Geral da União (CGU) que encontrou inconsistências no edital. Decotelli coordenava à época, entre fevereiro e agosto do ano passado, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que tinha entre os programas prioritários o Educação Conectada, que lançou o referido edital para a compra de equipamentos de tecnologia educacional.

“O ministro tem um passado que não é o perfil de um governo que quer acabar com a corrupção. De outro lado, o ministro se diz técnico e quem é simplesmente técnico não pode estar à frente de uma gestão para a pólis, que é política, que é para o povo”.