Mulheres farão protestos contra estupros na Universidade Federal Rural do RJ

Os sucessivos casos de estupro no campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro levaram à mobilização das mulheres que atuam na universidade. Essa semana, duas jovens foram atacadas ao pedirem carona no fim da aula. Uma das vítimas, inclusive, apresenta sinais de agressão e ambas não quiseram registrar queixa por medo.

As estudantes da Rural, em frente a esse quadro, estão organizando um ato contra a violência sexual na universidade, a partir das 13h da próxima segunda-feira. A Secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-RJ, Katia Branco, considera a ação importante e que a mobilização não pode ficar restrita ao segmento discente:

“A organização das estudantes da Rural para fazer um protesto contra a violência e o estupro é muito importante e não pode ficar restrita apenas às estudantes. Todas as mulheres que atuam na universidade sofrem risco de sofrer ataques violentos e é urgente que as forças de segurança e a reitoria da Rural tomem providências para garantir a segurança das mulheres trabalhadoras e estudantes.”

O Instituto de Segurança Pública (ISP) afirma que, entre janeiro e março deste ano, foram registrados sete casos de estupro em Seropédica, o mesmo número contabilizado nos três primeiros meses de 2016. Se contarmos que existem vítimas, como as dessa semana, que sentem medo de fazer a denúncia, a realidade pode ser bem pior.

A falta de iluminação em diversos pontos da universidade é uma das críticas do movimento das mulheres estudantes. Segundo elas, esse problema acaba contribuindo para o aumento dos casos de violência. Outra crítica é o pouco número de trabalhadores na segurança do Campus que, segundo as estudantes, não é suficiente. O não-patrulhamento de áreas como as florestas também ajudam a criar o clima de insegurança para as estudantes.

A UFRRJ divulgou uma nota em que admite que foi informada dos casos e pede para que os estudantes tomem cuidado, especialmente com as caronas de pessoas desconhecidas. A direção da faculdade afirma que tomou medidas para enfrentar os problemas, entre elas a aquisição de lâmpadas e material elétrico para a melhoria da iluminação do espaço, que devem ser entregues em dez dias; a compra de um sistema de câmeras de filmagem para o monitoramento das áreas de maior circulação de pessoas no campus; e acompanhamento e apuração de casos de violência contra a mulher.

“A Reitoria da UFRRJ considera que a grave situação de violência e insegurança vivenciada em nossos campus não é um problema isolado e de fácil solução, uma vez que exige a adoção de um conjunto de medidas de políticas públicas, cujas decisões dependem de uma consistente articulação de esforços entre os atores do estado e da sociedade civil”, afirma a nota.

Da CTB-RJ

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