Denunciada por práticas antissindicais, Hydro Alunorte comunica demissão de presidente

Na última quarta-feira (19), a empresa Hydro Alunorte comunicou ao Sindicato dos Químicos de Barcarena a demissão de Alberto Fabrine, presidente da área de bauxita e alumínio da norsk Hydro no Brasil.

Em nota, a direção do Sindicato, afirma que tem esperanças que o próximo presidente venha imbuído dos valores da empresa, tão propagado em comercial de televisão no estado. “Disposto a manter um diálogo aberto com os representantes dos trabalhadores, que deixe de lado este modelo de desenvolvimento excludente onde os principais atores não são ouvidos, isso tem que acabar. Os trabalhadores não devem ser visto apenas com uma mercadoria que com sua mão de obra, produzem riquezas para os acionistas da Norsk Hydro”, afirma Gilvandro Santa Brígida, presidente do Sinquímicos.                       

 

Gilvandro Santa Brígida (na foto abaixo) revela que, em cinco meses na direção do Sindicato, os dirigentes não haviam sido apresentados ao presidente recém demitido. “Sua visão era excludente. Os trabalhadores não passavam de mera mercadoria. Talvez acostumado com a subserviência da direção passada que fazia todas as vontades da empresa, essa visão levou a empresa a demitir um diretor eleito do sindicato e legitimado por 77% dos votos dos trabalhadores”, ressaltou.

1 alunorte paivaPara o Sindicato, com essa atitude a empresa de capital norueguês rasga a convenção 87 da OIT, que versa sobre a liberdade sindical, convenção que a Noruega é signatária, nela, o país reafirma o compromisso de respeitar, promover os princípios relativos aos direitos fundamentais no trabalho, ou seja, a liberdade de associação e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva, e a eliminação da discriminação em matéria de emprego e de profissão.

“O que aconteceu em Barcarena foi uma aberração, uma monstruosidade cometida contra os legítimos representantes dos trabalhadores e trabalhadoras da Hydro Alunorte”, condena o dirigente ao completar: “Esperamos que o novo presidente da área de bauxita e alumínio seja um parceiro no combate a uma das atitudes mais covardes, mais vil e degradante que é o assédio moral, hoje institucionalizado no interior da empresa”, finaliza Santa Brígida.

Práticas antissindicais e ricos à segurança

No dia 05 de outubro, a CTB Pará denunciou a atitude da refinaria Hydro Alunorte, no polo industrial de Barcarena (PA), que manteve em cárcere privado o dirigente demitido, John Mckley, do Sindicato dos Químicos. O dirigente se recusou a assinar a documentação de demissão, corretamente alegando que tem estabilidade sindical e não poderia ser demitido de forma criminosa como a empresa tenta fazer.

José Marcos Araújo (Marcão), presidente da CTB Pará, revela que a empresa é conhecida por suas constantes tentativas de rasgar a CLT e práticas antissindicais. “A empresa norueguesa que vem se notabilizando de, ao tempo que fatura milhões de dólares explorando o subsolo brasileiro realiza uma gestão de profundo desrespeito aos direitos dos trabalhadores, buscando impedir o sindicato da categoria realizar sua atividade em defesa dos trabalhadores”, afirmou.

De acordo com Manoel Paiva, funcionário da empresa e atual vice-presidente do SindQuimicos de Barcarena e da CTB , além das práticas antissindicais, a empresa é conhecida pela falta de preocupação com as condições de segurança e de trabalho dos funcionários.

“Diversas vezes eu, como fiscal da empresa que era responsável pelo serviço de limpeza das galerias, informei a linha de comando da Hydro no porto sobre os riscos que estávamos submetidos pelo excesso de alumina petrificada na galeria da correia. Também cobramos as proteções dos roletes de retorno para obedecer a NR12,mas nunca deram ouvido. A resposta sempre era a mesma quando cobravamos ações de melhorias: não temos dinheiro,deixa pra depois” revela Paiva.

Segundo Paiva, com a saída dpo presidente demitido, os trabalhadores e trabalhadoras da área de bauxitam anseiam por um presidente presente no chão da fábrica e um canal diálogo com os funcionários para ouvir o clamor da base por melhores condições de trabalho. “Continuamos lutando pelo retorno do John Mackey e iremos realizar todas as lutas para que nosso Sindicato seja respeitado”, finalizou o sindicalista.

Portal CTB com CTB-Pará

 

 

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