centrais sindicais, parlamentares e movimentos sociais.
O feriado, que ainda não faz parte do calendário nacional, lembra a morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares, que foi assassinado em 1695, hoje uma das principais referências do movimento negro.
Apresentações musicais, roupas coloridas, cabelos, lenços e um ato interreligioso (que reuniu representantes de diversas crenças afrodescendentes) marcaram a criatividade característica e mostraram parte significativa da cultura do povo brasileiro.
Reflexão
O ato político, um dos principais momentos da atividade, teve como foco a reflexão sobre a condição do negro no mercado de trabalho e na sociedade.
A representante da CTB, Fabiana Generoso, secretaria estadual de políticas sociais da CTB, reiterou o compromisso da Central na luta contra a discriminação racial que atinge de forma violenta o mercado de trabalho. “Viemos lutar contra a desigualdade que atinge a classe trabalhadora e principalmente os jovens do nosso país”.
Flávio Godói, da direção Estadual da CTB e do Sindicato dos Metroviários de SP, lamentou a falta de adesão nacional ao feriado. “Infelizmente muitos municípios ainda não participam do Dia da Consciência Negra e em São Paulo, o prefeito Kassab tentou retirar do calendário”.
Segundo ele, o Brasil tem uma grande dívida para com a população negra, e dentro desta dura realidade, alguns avanços foram conquistados como a criação da Secretaria de Igualdade Racial e o Estatuto da Desigualdade Racial. “Acompanhamos diariamente o preconceito que os negros sofrem para se inserirem na sociedade e no mercado de trabalho e, quando conseguem, são vítimas de subempregos e baixos salários. E é essa realidade que precisa ser corrigida”, enfatizou Godói.
Para Simone Nascimento, do Sintratel (Sindicato dos Trabalhadores de Telemarketing), o ponto crucial está na conscientização da população em geral. “Todos precisam ter a clareza do preconceito que grande parte da sociedade, que é formada por negros, sofre diariamente. Estamos falando de um povo que ajudou a construir e constrói o país e que precisa conquistar o mínimo de igualdade de direitos”, salientou.
Os parlamentares presentes ressaltaram a vitória da marcha que conseguiu chegar à sexta edição na maior cidade da América Latina e lembraram a necessidade de extensão da mesma para todas as cidades do Brasil.
Em seguida, sob forte chuva, os manifestantes saíram em marcha pelas ruas da capital paulista passando pela Avenida São João, Avenida Ipiranga, Avenida São Luiz, Rua Cel. Xavier de Toledo chegando ao teatro Municipal, onde o ato foi finalizado.
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Portal CTB