Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank entram com processo judicial por racismo na internet

O casal com a filha Titi (Foto: Reprodução Instagram)

Os ataques racistas pelas redes sociais crescem em novembro – Mês da Consciência Negra . “Já passou da hora de serem tomadas providências para acabar com as práticas de ódio e violência no país”, diz Mônica Custódio, secretária de Promoção da Igualdade Racial da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

A vítima da vez é uma garotinha de apenas 2 anos. Titi, a malauiana adotada pelo casal de atores Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso. O casal prestou queixa na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática no Rio de Janeiro, como informa o jornalista Ancelmo Gois.

Um dos comentários na página do Instragram afirma que “Vcs tinham que adotar uma menina de olhos azuis isso sim iria combinar e não aquela pretinha parece uma macaquinha #lugardepretoénaafrica!!!”.

Para Custódio, o poder público deve assumir sua responsabilidade e “implementar um grande trabalho de educação de toda a sociedade para extirpar de uma vez por todas a chaga do racismo, que envergonha a nação perante o mundo”.

Esse tipo de crime tem sido corrente no país. Mas após o golpe à democracia brasileira vem aumentando substancialmente. Antes ainda, em 2013, Carlinhos Brown e Helena Buarque de Hollanda foram morar em Salvador porque seus filhos foram vítimas de ataques racistas no condomínio onde moravam no Rio de Janeiro.

O mesmo perfil, supostamente falso atacou a cantora paraense Gaby Amarantos. Somente neste ano as cantoras cariocas Ludmilla e MC Carol, além da rapper paulista Preta Rara forma vítimas de ofensas racistas em redes sociais. “A polícia tem que investigar e punir esses covardes, porque é inaceitável que isso ocorra e nada seja feito”, reclama a dirigente da CTB.

A violência não acaba. No ano passado chegou ao conhecimento do público ataques à jornalista Maria Júlia Coutinho, da TV Globo e à atriz Taís Araújo, no mês de novembro. Neste ano, as cantoras cariocas Ludmilla e MC Carol, além da rapper paulista Preta Rara forma vítimas de ofensas racistas em redes sociais.

“O pior é que as manifestações proliferam e a violência cresce com o assassinato de milhares de jovens negros, pobres e moradores da periferia todos os anos no país”, acentua Custódio. “Vamos organizar grandes atos no Dia da Consciência Negra (20 de novembro) para mostrar que repudiamos o ódio, a discriminação, a desigualdade e a violência”. Inclusive o Mapa da Violência 2016 mostra que os jovens negros são assassinados 2,6 vezes mais do que os brancos.

Contraponto

Marcha do orgulho crespo curitiba Foto Tony Mattoso RPC Curitiba

1ª Marcha do Orgulho Crespo em Curitiba (Foto: Tony Mattoso/PC Curitiba)

Para mostrar que a maioria dos brasileiros e brasileiras querem a igualdade, centenas de negras e negros ocuparam as ruas de Curitiba para a 1ª Marcha do Orgulho Crespo, no sábado (12).

De acordo com a imprensa local , a manifestação ocorreu sem incidentes e os participantes estavam com cartazes com dizeres contra o racismo e a favor da beleza negra.

O objetivo da passeata, segundo os organizadores, foi o de empoderar a mulher negra, que está na base da pirâmide social no país. “As mulheres negras são as que mais sofrem com o racismo e o machismo”, finaliza Custódio. 

Portal CTB – Marcos Aurélio Ruy – Foto: Reprodução Instagram

Compartilhar: