As brasileiras não fogem à luta e têm fé na vida

Mais uma vez as mulheres saem às ruas para mostrar sua força e alegria e dizer em alto e bom som a sua reivindicação de ter os mesmos direitos que os homens.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CTB, Ivânia Pereira, “as coisas só mudam com muita luta e as brasileiras sabem bem disso, quando levantam cedo e têm que cuidar do café da manhã, dos filhos para depois sair para o trabalho, enfrentar condução lotada, sofre assédio e depois voltar para casa e ainda ter que dar conta sozinha dos afazeres domésticos”.

Neste domingo (8), Dia Internacional da Mulher, o ato que reúne as principais lideranças do movimento feminista, sindical e social, acontece em São Paulo, onde são esperadas milhares de pessoas que lutam por igualdade e respeito aos direitos humanos e á diversidade.

Por isso, garante a sindicalista, “precisamos de mais mulheres na política, para mudar a própria política”. Segundo ela, “é essencial uma maior participação das mulheres nas instâncias de poder para reduzir as discriminações e as diferentes formas de tratamento dado ás questões de gênero”.

“Uma reforma política democrática e com paridade de gênero é fundamental, além do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais para dar chances menos desiguais aos candidatos e candidatas”, defende Ivânia.

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Mas nem só de política vive a mulher. A secretária da CTB menciona a educação como fator preponderante para mudar mentalidades. “Precisamos de uma educação que leve em conta que as especificidades de cada gênero devem ser respeitadas”, acentua. Ela defende também que a escola promova debates nas comunidades sobre essas diferenças e o porquê de ocorrer tanta violência de gênero no país. “Falta informação sobre os direitos de todos terem uma vida sem medo”, preconiza.

ivania 2014Ivânia defende mais mulheres na política para mudar o Brasil

Segundo Ivânia, a chamada grande mídia poderia fazer um papel importante nesse debate, mas “ao contrário, a mídia parece estimular a violência e a degradação da figura da mulher, colocando-a com objeto do desejo masculino, estimulando a exploração da prostituição infanto-juvenil e dando caráter sexy à violência”, revela. Por isso, ela defende novas leis para a regulação da mídia, que “propicie espaço para toda a diversidade brasileira”.

Para a cetebista, “a Lei Maria da Penha evolucionou o combate à violência contra a mulher”. E agora, diz ela, “essa nova lei que tornou crime hediondo o assassinato de mulheres vai contribuir ainda mais para se exterminar de vez essa chaga da sociedade brasileira”.

“O aborto é uma das questões mais importantes para a mulher neste início de século 21”, define Ivânia. “O Estado brasileiro não pode continuar ignorando que todos os anos milhares de mulheres, muitas vezes meninas, fazem abortos clandestinos e se expõem a riscos desnecessários, que podem até a serem fatais”, reforça. E pior ainda, afirma, “em casos de gravidez indesejada sobra sempre para as mulheres, pois muitos homens lavam as mãos e a sociedade culpa somente a mulher por ter engravidado”.

Como na música Maria, Maria, de Milton Nascimento e Fernando Brant, ser mulher “é um dom, uma certa magia/uma força que nos alerta” sobre o direito de cada um poder escolher o seu destino.

Serviço

Para o pessoal da CTB
Dia Internacional da Mulher – Domingo (8), às 9h
O ponto de encontro da CTB com as outras entidades do nosso campo será na altura da Casa das Rosas (Av. Paulista, altura do nº 37) , em frente ao Bradesco.

Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

 Maria, Maria (Milton Nascimento/Fernando Brant, interpretação de Elis Regina)

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