A emancipação da humanidade passa pelos Direitos Humanos

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 Fatos importantes marcaram o Dia Internacional dos Direitos Humanos no Brasil nesta quarta-feira (10). Mesmo reconhecendo os avanços promovidos pelos governos do Lula e Dilma, Mônica ressalta “o abismo social ainda existente no país, que deixa sem oportunidades uma gama muito grande da sociedade brasileira”, descreve Mônica Custódio, secretária de Promoção da Igualdade Racial da CTB.

Para ela, “falar em Direitos Humanos para os negros brasileiros significa lutar pela vida”. Segundo a ativista, “os movimentos sociais devem aperfeiçoar as campanhas por acessibilidade de todos ao trabalho decente, à educação, à saúde, à cultura e a tudo aquilo que represente melhoria de vida de todas e todos, principalmente dar mais acesso para a juventude”, reforça.

Segundo Mônica, “a luta pela vida dos jovens negros, pobres e da periferia está na essência das campanhas promovidas pelo movimento negro em favor dos Direitos Humanos”. Isso porque as estatísticas mostram que a cada três jovens mortos, dois são negros. “É estarrecedor verificar que no Brasil foram assassinados mais jovens em 5 anos do que nos Estados Unidos em 30”, revolta-se. “Em nosso país foram assassinados 6 jovens por dia em média, enquanto nos EUA a média é de 1 por dia”, denuncia. Uma das questões principais colocadas pela sindicalista é o fim do auto de resistência, que justifica a violência policial com a resistência da pessoa abordada. “O auto de resistência é uma espécie de apartheid não institucionalizado, que permite aos policias tomarem o lugar da justiça e cometerem barbaridades”, sintetiza.Reforça também a importância de se combater as teses de redução de maioridade penal. “Ao contrário do que esses políticos reacionários preconizam, encher as cadeias de gente cada vez mais jovens irão favorecer o crime, dando-lhes, de mão beijada, pessoas para serem aliciadas”.

Para Mônica, o Brasil é uma triste referência mundial na questão do racismo não institucionalizado. “O país precisa mudar essa realidade e avançar para uma sociedade onde predomine o respeito à dignidade humana e ao diferente, com oportunidades iguais para todos”, assevera. “Defender os Direitos Humanos e combater o racismo significa lutar pela vida e pela emancipação da humanidade”, acentua.

Como diz a música A Carne, de Seu Jorge e Marcelo Yuka: “A carne mais barata do mercado é a carne negra/Que vai de graça pro presídio/E para debaixo de plástico/Que vai de graça pro subemprego/E pros hospitais psiquiátricos. A carne mais barata do mercado é a carne negra”.

Por Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB

Vídeo da música A Carne (Seu Jorge e Marcelo Yuka)

 

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