Diante da pressa do governador Romeu Zema em leiloar a concessão do metrô de Belo Horizonte na próxima quinta-feira, 22, o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) enviou ofício ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir o adiamento do leilão que envolve a privatização da estatal CBTU Minas. Coordenador da transição de Lula, Alckmin alega que o leilão terá impacto em toda a sociedade e que os próximos passos do processo serão tocados pelo governo eleito. Ele argumenta que a avaliação final sobre o leilão também deve ser feita pela futura gestão, “sob pena de risco da segurança jurídica e do interesse público, com potencial significativo de prejuízo para o serviço público e para os potenciais interessados”.
O projeto associa a venda da CBTU à concessão dos serviços do metrô de Belo Horizonte. Se a alienação não ocorrer, o processo terá de ser interrompido. Hoje, Romeu Zema chefe do Executivo mineiro criticou as medidas adotadas pelo governo de transição e pelo Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro/MG) para travar o leilão. “Parece que tem gente tentando evitar que aconteça. Está tendo aí uma disputa judicial. Mas, estamos confiantes que nesta quinta-feira, dia 22, lá na Bolsa de Valores de São Paulo, o leilão seja realizado com êxito”, afirmou.
Os metroviários de Belo Horizonte estão em de greve há uma semana para protestar contra o leilão do metrô. O Sindicato dos Trabalhadores do Metrô (Sindimetro/MG) teme que ocorra demissão em massa caso a privatização seja efetivada. Cerca de 1.600 mil pessoas trabalham na unidade da CBTU em Minas.
O secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas, Fernando Marcato, afirma que o ministro Paulo Guedes não pode suspender o processo sem anuência do governo mineiro, pois isso poderia gerar a responsabilização dele. “É uma das três principais obra do estado e não fomos chamados em nenhum momento pela transição para discuti-la. Pelo contrário, nós procuramos a transição, que nos disse que não haveria pedido de suspensão. Esse ofício vai contrariamente ao que foi discutido”, garante Marcato.
“A gente espera que o leilão seja mantido. Se não quiserem assinar o contrato em fevereiro ou março, não assinam. Mas se o leilão não sair, o dinheiro reservado volta para o caixa. Vale lembrar que parte desse dinheiro faz parte de uma multa de compensação paga pela Ferrovia Centro-Atlântica por ter abandonado ferrovias em Minas. Se não acontecer o leilão, os valores podem nem ser aplicados”,