Em reunião com centrais, Lupi ouve demandas, revela projetos, admite déficit de servidores e se compromete em criar fórum de diálogo

Publicado 20/01/2023 - Atualizado 20/01/2023
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, se comprometeu em manter diálogo permanente com as centrais sindicais para debater as pautas de interesses dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil. Na reunião, ocorrida na última quarta-feira (18), em Brasília, o titular da pasta propôs ainda a criação de um fórum para se reunir mensalmente com as entidades.
“O encontro foi muito importante para que o ministro pudesse expressar suas metas e projetos para a Previdência e o INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]. O espaço também foi muito qualificado para as entidades poderem dizer ao ministro o que os sindicatos e a população sofrem, como a questão do crédito consignado, a pressão do sistema financeiro em querer emprestar dinheiro e invadir a privacidade dos segurados. Além da linha de pensamento de negar o benefício sem levar em consideração a real situação dos segurados”, elencou o diretor da CTB e do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), Rolando Medeiros.
Atualmente, a Previdência Social atende a mais de 36 milhões de pessoas e entre as ideias apresentadas pelo ministro aos sindicalistas estão o cartão do segurado, bem como convênios para aposentados e pensionistas com redes hoteleiras e empresas de ônibus e aviação.
De acordo com Medeiros, um dos pontos pleiteados junto a Lupi foi a garantia de uma maior humanização entre o INSS e os segurados. “Tem que se ter um pouco mais de sensibilidade, porque, muitas vezes, se nega o benefício e manda o funcionário voltar a trabalhar, mas chegando ao médico do trabalho ele diz que o funcionário não tem como atuar. Aí o empregado fica no limbo e não recebe nem o benefício previdenciário nem o pagamento da empresa”, exemplificou.
O ministro reconheceu ainda na reunião que a Previdência conta com um grande déficit de servidores para atender às suas demandas – se antes eram 36 mil funcionários, hoje são cerca de 19 mil. “Ou seja, os sindicatos ligados ao serviço público têm cobrado a abertura de concurso para ter mais gente no atendimento à população”, pontuou Medeiros.
Outros aspectos debatidos foram o não cumprimento do governo Bolsonaro no acordo que pôs fim à greve do INSS em 2022 e a abertura de um canal de diálogo com os servidores, para que eles possam colaborar para o melhor funcionamento do órgão. “Não adianta ficar só ouvindo gente de fora, pessoas que pensam que a Previdência vai funcionar da forma que eles querem, ou que imaginam que seja, quando a realidade é outra. Foi muito bom e proveitoso o papo. O que nós temos que torcer agora é que tudo isso vire realidade. Transformar a Previdência em um órgão que realmente preste um serviço de qualidade à população”, projetou Rolando Medeiros.
Já a Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar) aproveitou a retomada do diálogo do Ministério com os movimentos sindicais, populares e sociais para pleitear a solução de uma das suas demandas represadas.
“O trabalhador rural que tem o seu vínculo como serviços gerais não estava sendo reconhecido pela Previdência. Entregamos um ofício do movimento sindical ao ministro Lupi, em nome da Confederação, da Federação e dos sindicatos, para pedir agilidade”, revelou o presidente da Contar, Gabriel Bezerra Santos.
No encontro, além dos representantes do Sindsprev-RJ e da Contar, a CTB foi representada pelo presidente Adilson Araújo e pelos dirigentes Bira Dantas, Ronaldo Leite, Jacira Araújo, Valdir Avelino, José Faggian e Ivânia Pereira.