Saúde do trabalhador é tema de reunião no Sindicato dos Comerciários de Ijuí (RS)

A direção do Sindicato dos Empregados no Comércio de Ijuí (RS) preocupada com os constantes relatos de trabalhadores que adoecem em seus locais de trabalho e que encontram dificuldades de atendimento na rede de atenção à saúde do trabalhador na cidade, chamou os integrantes de rede para uma reunião, com a intenção de propor soluções para os problemas enfrentados. Além da Direção do Sindicato estiveram presentes representantes do INSS, da Coordenadoria de Saúde Mental do Município, do CAPS II e da Associação de Saúde Mental de Ijuí (ASSAMI).

“Os trabalhadores e trabalhadoras estão adoecendo por vários motivos. Em alguns casos por acidente no local de trabalho, mas em muitos outros pelo nível exagerado de exigências que vão desde o cumprimento de metas cada vez mais altas e também pela realização de dupla ou tripla função dentro das empresas. Não é raro nos depararmos com pessoas que adoecem pelo assédio moral que sofrem no emprego”, explica Rosane Simon, Presidenta do Sindicato.

Uma das principais questões enfrentadas pelos trabalhadores é quanto ao benefício recebido do INSS em caso de afastamento por doença. Há casos em que, o INSS expede laudo de que o trabalhador está curado, enquanto o sistema de saúde mantém o tratamento. Entre o INSS e o SUS, o trabalhador fica muitas vezes desamparado e sem o benefício. Outra questão é a demora para a realização de consultas e exames pelo SUS, o que acaba estendendo o prazo de vigência dos benefícios por longos períodos. “Quanto mais tempo o SUS demora, mais tempo de beneficio se paga e muitas vezes o trabalhador poderia estar reabilitado ao trabalho em ¼ de tempo” explicou a médica do INSS Márcia Paranhos.

Solange Piovesan, da Coordenadoria de Saúde Mental de Ijuí relatou que em muitos casos o trabalhador está reabilitado, mas não para retornar ao trabalho na mesma função. “Por vezes a causa do adoecimento é numa determinada função. Quando há a reabilitação há também a necessidade de realocar este trabalhador. O problema é que as empresas não aceitam esta adequação porque avaliam que o trabalhador não está reabilitado”.

Uma das principais necessidade da rede é o contato e a sensibilização das empresas. “Quando a relação de trabalho envolve questões de saúde há uma complexidade de fatores para serem avaliados. Precisamos abrir negociação com o setor empresarial para que aceite a limitação do trabalhador, que não pode ser entendida como invalidez”, complementou Solange Piovesan.

Quanto aos benefícios, Roberto da Rosa, da Agência do INSS de Ijuí explicou que o segurado deve provar a doença para receber o beneficio e que na maioria da vezes as pessoas vão despreparadas para a perícia. “O auxilio doença é temporário e o trabalhador deve compreender isso. Aconselhamos também que o trabalhador peça todas as informações sobre a perícia médica e procure entender bem a avaliação que pode apontar limitação para uma determinada função, mas não para o trabalho”.

Uma parte da rede, principalmente o INSS e os serviços de saúde já trocam informações. A intenção agora é aproximar as entidades, os empresários e os Sindicatos para tornar o sistema mais eficaz. “Queremos cada qual fazer o nosso papel dentro daquilo que nos compete e reunir todas as entidades e as inteligências no sentido de ver o que esta faltando para resolver os problemas, preparando as nossas equipes para enxergar o todo, principalmente no que implica em relações de trabalho e com a saúde do trabalhador”, concluiu Rosane Simon.

Fonte: CTB-RS

 

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