Centrais Sindicais em defesa dos trabalhadores rurais após invasão de madeireiros na sede do STTR em Santarém

Após a ocupação da sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) em Santarém, no oeste do Pará, por integrantes defensores das madeireiras locais ocorrida na segunda-feira 3, no dia seguinte (04), representantes das centrais sindicais: Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB/Pará, Força Sindical – FS/Pará, União Geral dos Trabalhadores – UGT/Pará, Central Única dos Trabalhadores – CUT/Pará e dirigentes da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Pará – FETAGRI/PA e da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG, estiveram em audiência com o Senhor José Francisco, Secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos do Pará – SEJUDH.

Na pauta, a defesa da garantia da integridade física e da vida dos agentes sindicais do STTR Santarém, diante das ameaças e tensões na região entre madeireiros, lideranças sindicais e extrativistas locais.  A ocupação do Sindicato faz parte da pressão contra a decisão judicial que os impedem de explorar produtos florestais na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, localizada entre os municípios de Santarém e Aveiro.

Para Cleber Rezende, Presidente da CTB/Pará, “o histórico de violações de direitos humanos e de assassinatos de lideranças sindicais, em especial as dos trabalhadores rurais e religiosos no Pará, eleva o grau de atenção para com os dirigentes do STTR em Santarém, o cenário é de aguçamento das disputas por territórios e matérias primas, madeirais e minérios na Amazônia, com a gestão conflituosa e sanguinária do Presidente Jair Bolsonaro, incentivador dos conflitos na região em favor dos madeireiros, grileiros e violadores de direitos, sejam eles humanos, trabalhistas, sociais e ambientais”.

Ângela de Jesus, Presidenta da FETAGRI/PA, informou que a decisão judicial suspendeu o manejo florestal realizado pela Cooperativa Mista Agroextrativista do Rio Inambú – Cooprunã, em uma área de 29 mil hectares, o que causou a revolta dos ocupantes do Sindicato.

Ângela de Jesus, ainda informou que o Presidente do STTR, Manoel Edivaldo, o “Peixe”, como é conhecido, está muito assustado com toda essa situação e que o objetivo do Sindicato é garantir os direitos das comunidades e populações tradicionais que vivem na reserva Tapajós-Arapiuns, evitar as explorações de suas reservas sem serem consultadas.