Um sinal de novos tempos

A realização unitária do 1º de Maio em São Paulo, pelas centrais sindicais brasileiras, não pode passar em branco. Indica um grau de unidade e ação comum nunca vistos em nosso país e pode significar um grande avanço na luta das centrais e no seu apoio a uma agenda política e sindical, sob a bandeira das 40 horas, revogação do fator previdenciário, reforma tributária progressiva, valorização do salário mínimo e da aposentadoria, educação e qualificação profissional, reforma agrária e redução dos juros.

No ato conjunto em São Paulo, as centrais vão reafirmar o apoio unânime ao projeto de desenvolvimento nacional, retomado pelo ex-presidente Lula e agora liderado pela nossa presidenta Dilma Rousseff.

As centrais sindicais – Força Sindical, Confederação Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Uniã o Geral de Trabalhadores (UGT) –, juntas lideram hoje no país não apenas a luta sindical, com vitórias que vão além das questões salariais, mas com uma agenda que envolve nosso crescimento, política externa, educação, inovação, revelando o alto grau de participação dos sindicatos e trabalhadores na vida política do país. Para além de suas pautas reivindicatórias e de luta, que revelam o momento democrático que vivemos com ampla participação e diálogo entre o governo e os sindicatos, movimentos e ONGs, com a sociedade organizada, um sinal dos novos tempos.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), embora realize suas comemorações separadamente, tem em sua agenda a mesma pauta de reivindicações das demais centrais sindicais. A razão pela qual a CUT não se uniu às demais na comemoração do Dia do Trabalho é por discordar do fim do imposto sindical. A CUT defende a extinção, enquanto a Força, por exemplo, é contra essa campanha.

 


José Dirceu é ex-ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República

 

 

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