Tarefas para um ano de lutas intensas

O movimento sindical classista inicia o ano de 2018 com duas prioridades: intensificar a relação com suas bases e trabalhar para eleger candidatos comprometidos com os interesses da classe trabalhadora em 7 de outubro. Todas as nossas ações devem obrigatoriamente ter essas duas tarefas como norte.

Diante das incertezas trazidas pela reforma trabalhista e do risco de aprovação da reforma da Previdência, cabe à Fitmetal, enquanto representante de centenas de milhares de metalúrgicos e metalúrgicas de todo o país, posicionar-se como orientadora de cada uma de suas entidades de base diante dos desafios que a atual conjuntura nos traz.

O diálogo com o chão de fábrica precisará ser cada vez mais próximo, bem como as respostas a cada uma das demandas da categoria. Ainda há muitas incertezas a respeito da dimensão das reformas do governo Temer sobre a vida do cidadão comum. Nossas entidades deverão estar prontas para acolher os trabalhadores e orientá-los a respeito do futuro. Os atos de contratar e demitir já estão passando por profundas transformações, muito embora a maioria delas ainda não seja de amplo conhecimento da classe trabalhadora.

Para a categoria metalúrgica, o futuro passa obrigatoriamente pela reindustrialização do país – e pela consequente geração de novos postos de trabalho. Em 2018, teremos que escolher candidatos e candidatas comprometidas com essa política, em nível estadual e nacional. Precisaremos debater que tipo de nação iremos deixar para os nossos filhos. A manutenção de um governo que não priorize tais ações irá comprometer os anseios de toda uma geração, com retrocessos incalculáveis.

Iremos nos contentar em sermos um país que tenha sua economia baseada na produção de alimentos e na oferta de serviços? Ou temos condições de investir em ciência, tecnologia, engenharia, construção e no fortalecimento da indústria? Que opção faremos em 2018? De que maneira vamos nos preparar para o advento da Indústria 4.0?

Nesse sentido, nos últimos meses a Fitmetal deu uma grande contribuição a esse tema, ao mesmo tempo em que procurou estreitar a relação com suas bases. Por meio do “Ciclo de Debates Indústria e Desenvolvimento – Estratégias para superar a crise e construir um novo projeto nacional”, estivemos em dez estados para ouvir e trocar experiências junto a intelectuais, empresários, parlamentares, sindicalistas, prefeitos e outros atores sociais.

Pelo Brasil afora, foi estimulante perceber que esse tema é uma grande preocupação de incontáveis entidades, estudiosos e representantes do setor público e privado. É verdadeira a ideia de que o Brasil pode atingir um novo patamar de desenvolvimento, mas para isso será preciso construir um grande pacto político, social e econômico em defesa da indústria nacional.

Em 2018, iniciativas semelhantes precisarão ganhar forma. Existe o risco concreto de um projeto ainda mais conservador e retrógrado sair como vencedor nas urnas em 2018. Cada dirigente sindical deve trazer para si a responsabilidade de estimular esse debate entre a categoria, procurando reforçar os canais de diálogo com o chão de fábrica.

Precisamos retomar o leme do caminho que vínhamos percorrendo até poucos anos atrás. Será a partir de um comando firme e bem planejado que faremos de 2018 um grande divisor de águas na história do movimento sindical brasileiro.

*Wallace Paz é secretário-geral da Federação Interestadual de Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal).


 Os artigos publicados na seção “Opinião Classista” não refletem necessariamente a opinião da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e são de responsabilidade de cada autor.

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