Popularidade cai e Bolsonaro radicaliza

Por Altamiro Borges

O piriri verborrágico do “capetão” na “marcha dos covardes” de domingo (3), em Brasília, indica que ele está desesperado – e as falanges bolsonaristas que rosnam e agridem jornalistas são a prova desse medo. Duas pesquisas recentes confirmam que a popularidade de Jair Bolsonaro está derretendo aos poucos. Daí a virulência fascistoide!

Divulgada na segunda-feira, a pesquisa XP-Ipespe “revela que desde o pedido de demissão de Sergio Moro, em 24 de abril, a avaliação positiva do governo Bolsonaro caiu 4 pontos percentuais, de 31% para 27%, enquanto a avaliação negativa saltou 7 pontos, de 42% para 49%”, relata a instituição voltada para os abutres financeiros.

De acordo com a pesquisa, “os valores são, respectivamente, o menor e o maior da série iniciada em janeiro de 2019. O movimento na expectativa para o restante do mandato sofreu variação semelhante. A expectativa negativa passou de 38% para 46%, enquanto a positiva foi de 35% para 30%”.

Ainda segundo o site da XP, “a percepção negativa também se ampliou em relação à economia. Hoje, são 52% os que acham que a economia está no caminho errado, contra 47% na semana passada. Os que veem a economia no caminho certo caíram de 35% para 32%”. O “deus-mercado” está temeroso! Bolsonaro pode ser defecado!

Valentia do “capetão” é prova de fraqueza
Já a pesquisa do Ideia Big Data divulgada no sábado (2) mostrou que a rejeição a Bolsonaro disparou com a crise do coronavírus e com o caos político no país – expresso na demissão de dois ministros e no tiroteio no comando da Polícia Federal. O percentual de brasileiros que aprovam o presidente caiu oito pontos – de 30% para 22%.

Para José Roberto de Toledo, que analisou a pesquisa na revista Piauí, “dos 41% de avaliação negativa, 25% agora são de ‘péssimo’ e 16% de ‘ruim’. Apenas uma semana antes essas taxas eram respectivamente 19% e 15%”. Ou seja, a coisa está ficando feia para o “capetão” Bolsonaro. A valentia do presidente é demonstração de medo!

Estadão finalmente reage à covardia

Ainda sobre o ato fascista, vale registrar que, após um dia de silêncio, finalmente o editorial do Estadão reagiu: “Os camisas pardas do bolsonarismo vestem verde e amarelo. As cenas de selvageria protagonizadas por esses delinquentes travestidos de patriotas, ao agredir o repórter fotográfico Dida Sampaio, envergonham a Nação”

O editorial agora se coloca contra qualquer tipo de ilusão: “A esta altura, não é mais possível dissociar a violência bolsonarista daqueles que a inspiram. Mas só há um responsável direto pela espiral de afronta à democracia por parte dos desordeiros com camisas da seleção brasileira – este é o senhor Jair Bolsonaro”.

Diante da violência fascista, o editorial do Estadão – que também apoiou o golpe de 1964 e depois foi censurado – exige respostas rápidas: “O Brasil civilizado demanda que autoridades façam investigação independente, rigorosa e célere dos fatos, sem se deixarem constranger pela truculência dos bolsonaristas”.