Oficialização da CTB marca reconfiguação do sindicalismo brasileiro

A central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) entregou ao Ministério do Trabalho, na quinta-feira (31), a documentação exigida pela legislação para tornar a central uma entidade oficializada. No mesmo dia, a CTB passou a constar na página eletrônica do Ministério do Trabalho como opção de filiação às entidades sindicais. “É mais um passo de um processo de recomposição do sindicalismo”, afirma Renan Arrais, assessor jurídico da CTB. Segundo ele, a oficialização cumpre uma exigência desta nova realidade da organização sindical brasileira. “A decisão de oficializar a CTB abre espaço para a central manifestar a sua concepção sindical numa condição mais elevada”, explica Renan Arrais.

Para o presidente da central, Wagner Gomes, a oficialização da CTB consagra um espaço importante para o sindicalismo classista. “Com o reconhecimento das centrais sindicais, surge um novo cenário e a CTB tem agora um importante fórum para expor suas concepções”, diz ele. “As centrais, agora, só esperam sua regulamentação para acelerar o novo arranjo da organização sindica brasileira”, explica Wagner Gomes. O presidente da CTB elogiou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e o secretário de Relações do Trabalho, Luiz Antônio Medeiros, pela condução do processo de oficialização da CTB.

Superação do neoliberalismo

Segundo o secretário de política sindical e relações institucionais, Joilson Cardoso, o Ministério do Trabalho tem demonstrado interesse em reconhecer formalmente as centrais e a conduta diante do pedido de oficialização da CTB foi uma demonstração deste compromisso. “O ministro do Trabalho imprimiu uma nova dinâmica nesta área do governo e a CTB espera que com isso a legalização e o reconhecimento das centrais ocorra de acordo com os interesses dos trabalhadores”, diz Joilson Cardoso. “E agora, com a oficialização da CTB, temos um espaço privilegiado para manifestarmos este princípio da organização sindical, que para nós é sagrado”, conclui.

João Batista Lemos, secretário adjunto de relações internacionais da CTB e um dos principais articuladores da criação da CTB, destaca que o oficialização da central abre nova perspectiva para o movimento sindical. “O sindicalismo vive ainda uma crise decorrente da derrota do socialismo, da reestruturação produtiva e da ofensiva neoliberal, que influenciou a subjetividade da classe trabalhadora. E a CTB ocupa um lugar central no desenvolvimento de iniciativa que visem a superação desta fase para abrirmos clareira para a completa superação do neoliberalismo e criação de novos horizontes para a perspectiva socialista”, explica Batista.

Esforço de filiação

Pascoal Carneiro, secretário-geral da CTB, destaca que a unidade do conjunto do movimento sindical brasileiro (não apenas da esquerda) é indispensável para derrotar a ofensiva neoliberal, que ainda persiste, e avançar na luta por um novo projeto de desenvolvimento nacional, fundado na soberania e na valorização do trabalho. “Por isto, a unidade é um objetivo e um ideal do qual não devemos abrir mão. Pensamos que é possível alcançá-la e defendemos uma proposta concreta neste sentido, que é a realização de uma nova Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat)”, diz ele.

Pascoal explica que a Conclat seria um fórum importante para o debate de temas fundamentais da luta dos trabalhadores e eleger uma mesa coordenadora para encaminhar lutas unitárias em torno de bandeiras comuns — como um projeto de desenvolvimento, a redução de jornada, o salário mínimo, a defesa dos direitos, entre outras. “Foi com este objetivo que criamos a CTB. E a sua oficialização é um marco importante para levarmos estas bandeiras à prática”, diz ele. Pascoal finaliza conclamando toda a militância da CTB para um grande esforço de filiação de novas entidades sindicais.

Documentação da CTB


A documentação da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) está disponível no sítio do Ministério para filiação: www.mte.gov.br.  Qualquer dúvida entrar em contato com (11) 3106-0700 / 11 3106-6492, ou pelo correio eletrônico [email protected]

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