O Brasil do pós-golpe

Neste sábado (12) irá completar 2 anos da posse ilegítima de Michel Temer como presidente da República. Nesta data, mais de 54 milhões de votos foram jogados fora em prol de um projeto orquestrado por parte de uma elite financeira nacional e internacional.

De lá pra cá perdemos muito. Desemprego avançou, a fome voltou a sentar em nossas mesas, a economia estagnou, a violência alcança versões monstruosas e o nosso povo voltou a andar de cabeça baixa e preocupado com o futuro de seus filhos.

O Brasil pós-golpe é o Brasil da fome, do medo e do retrocesso. No tabuleiro que se jogava pelo avanço das mudanças, agora, se joga para não perder as poucas conquistas que obtivemos.

São os pobres ainda pagam pela política de austeridade no Brasil pós-golpe. Essa política achata a renda, eleva os preços dos produtos e reduz o poder de compra. Já os mais ricos não são atingidos. A fortuna cresce e chega a R$ 6 trilhões. Enquanto isso, dados da PNAD/IBGE revelam que mais de um milhão de pessoas voltaram para a extrema pobreza.

Desavergonhadamente, Michel Temer vem liderando um pacote de violências sem limites e diz com orgulho que é obrigação da classe trabalhadora e dos mais pobres pagar a conta. Afinal, um golpe custa caro, porque é preciso recompensar todas as forças que o apoiaram e, de todas elas, a única excluída explicitamente foi a dos despossuídos, fora dos circuitos da acumulação e da riqueza e dependentes de sua própria força de trabalho.

A luta de hoje é parecida com uma luta que vi quando ainda era menina. Lutamos contra as privatizações, por emprego, salário, direitos fundamentais como saúde e educação e contra a violência que invade nossos lares sem cerimônia. E agora também precisamos lutar contra o fascismo e pela democracia.

Em um cenário de tanta incerteza a unidade em torno de um projeto que reverta essa escalada é fundamental. E esse diálogo, que precisa ter como base uma agenda programática e de caráter estratégico, deve deixar de lado questões menores em prol dos interesses do nosso povo.

Joanne Mota é jornalista e assessora da CTB Nacional.


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