Irmão da “Micheque” ganha cargo no Senado

Por Altamiro Borges

O site Metrópoles postou terça-feira (22) que “Diego Torres Dourado, irmão de Michelle Bolsonaro, ganhou um cargo de confiança no Senado com salário de R$ 13,5 mil. A nomeação aconteceu no fim de março. Até então, o soldado da Aeronáutica de 33 anos possuía posto civil de confiança no Ministério da Defesa, no Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas”.

O irmão da primeira-dama, também chamada carinhosamente de “Micheque Bolsonaro”, era assistente técnico e recebia R$ 5,6 mil por mês. “No novo emprego, Diego Dourado passou a ser assistente parlamentar da 1ª Secretaria do Senado, hoje comandada pelo senador Irajá (PSD-TO)” – que, curiosamente, é filho da senadora Kátia Abreu (PP-TO).

Como se observa, o clã Bolsonaro cuida mesmo da família – da sua famiglia! Nada acontece com ela. Até hoje, o Supremo Tribunal Federal ainda não decidiu se os depósitos feitos na conta da primeira-dama pelo faz-tudo Fabrício Queiroz serão investigados. Na semana retrasada, o ministro Marco Aurélio Mello até levou para o plenário virtual do STF o assunto, mas o julgamento não avançou e foi remarcado.

As “rachadinhas” e o repasse de R$ 89 mil

Ninguém sabe exatamente como se deu o repasse dos R$ 89 mil. Como registrou o site UOL em 16 de junho, “o decano do tribunal é relator de uma notícia-crime feita pelo advogado Ricardo Bretanha Schmid para que a PGR (Procuradoria-geral da República) abrisse uma investigação contra Bolsonaro sobre os pagamentos à esposa do presidente. Mas o procurador-geral da República, Augusto Aras, rejeitou o pedido, em maio deste ano”.

“Schmidt recorreu, e Marco Aurélio decidiu levar o caso para análise dos colegas. A previsão é que o julgamento ocorra no plenário virtual de 25 de junho a 2 de agosto. Nessa modalidade, os ministros depositam seus votos no sistema do STF ao longo de uma semana, sem a necessidade de uma sessão presencial. Nesse caso, o julgamento será interrompido pelo recesso do Judiciário, que ocorre entre os dias 1º de julho e 1º de agosto”.

Só para refrescar a memória, ex-faz-tudo do atual presidente, o militar Fabrício Queiroz, foi preso por suspeita de envolvimento no esquema de desvio de recursos do gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio. Ele depositou R$ 72 mil em cheques na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro entre 2011 e 2018 – período em que teria operado a chamada “rachadinha” do atual senador. Além dos valores depositados por Fabrício Queiroz, a mulher do ex-assessor parlamentar também fez repasses, no valor total de R$ 17 mil, à Michelle Bolsonaro, em 2011.