Greve e repressão

Trabalhadores de todo o país fizeram uma greve geral e histórica contra as reformas trabalhista e previdenciária que o Governo Temer quer impor, mesmo sem o apoio de 96% da população.

Primeira manifestação coesa, de norte a sul, contra um Governo de representação pífia. Greve geral que mostrou a força do povo e ganhou repercussão na mídia internacional. Nos jornais e tvs de todo o mundo que reconheceram o movimento popular e democrático, ao contrário da mídia brasileira, que classificou as manifestações de baderna e tratou os trabalhadores como vagabundos.

Todos que cruzaram os braços em greve geral mostraram claramente que não querem e não podem perder seus direitos, como a aposentadoria. Mulheres e homens que vão morrer sem gozar desse direito, mesmo depois de ter contribuído por 49 anos!

No Rio de Janeiro, os trabalhadores têm motivos a mais para ser contra qualquer proposta e se manifestar legitimamente, por ter seus direitos violados diariamente.

Trabalhadores do Rio estão sem salários há meses recebendo com atraso, até hoje não receberam o 13°. Servidores públicos passando necessidade e sem dignidade. Esses trabalhadores que se juntaram a manifestação no centro do Rio, assim como as milhares de pessoas que ali estavam, foram surpreendidos com a extrema violência da Polícia Militar. E a cada manifestação popular vemos aumentar de forma brutal e indiscriminada a repressão por parte da PMRJ!

Eu estava lá, junto a milhares de outros trabalhadores, pacificamente. Nós fomos covardemente encurralados. Viramos alvo de bombas, gás de pimenta, balas de borracha.

Não há nenhum sinal de preparo da tropa, que deveria estar lá para garantir o direito democrático de expressão e reunião pacífica da população, ou do uso de inteligência para impedir que arruaceiros e bandidos se aproveitem da ocasião para prática de vandalismo e de outros crimes. É inadmissível que a polícia da segunda maior cidade brasileira haja dessa forma!

Estou até agora tentando entender a razão da polícia encurralar e deixar os manifestante sem saída. Foi um “cerco” e não uma intervenção para dispersar. Bombas foram atiradas no palco onde líderes sindicais, parlamentares e representantes da sociedade civil faziam suas falas. Foi uma tocaia contra a democracia.

Não se pode acreditar que o propósito tenha sido apenas dispersar. Assustador!

O Governador e o Comandante da PM devem explicações à população do Rio pela desastrosa ação da corporação.

O Ministério Público precisa adotar medidas judiciais cabíveis para punir esses abusos e a ALERJ precisa se posicionar claramente contra esses tipo de ação e rever com urgência o papel das polícias do Rio.

Porém, nem a imprensa entreguista dos interesses do povo nem a PM com seu comando antidemocrático e submisso aos coturnos do capital irão diminuir o real tamanho do que vimos acontecer no Brasil no dia 28 de abril!

Precisamos manter acessa essa chama! Ampliar o debate! Ocupar as ruas e devolver o poder ao povo brasileiro!

Enfermeira Rejane é deputada estadual do PCdoB-RJ


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