Crise no Brasil tem nome, RG e CPF

Levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) divulgado nesta terça (4) no impresso Estado de São Paulo enterra discurso de recuperação econômica da dupla Temer/Meirelles.

O estudo aponta que mais de um terço dos setores industriais fechou a primeira metade do ano com desempenho negativo. As informações desmentem o discurso da gestão Temer de que o Brasil tenha encontrado o caminho para a “recuperação econômica”.

À imprensa, o economista-chefe, do Iedi Rafael Cagnin reconheceu que a campanha do governo e dos conservadores que tentaram responsabilizar a greve dos caminhoneiros pela crise é uma farsa: “Como o movimento de desaceleração vem desde o começo do ano não dá nem para responsabilizar a paralisação dos caminhoneiros como causa da inflexão”.

Estatísticas da crise

Não é só a recessão que enterra o discurso do governo golpista instalado no Brasil desde 2016. A ela se somam os 13 milhões de desempregados, 27,7 milhões de subempregados e os 37,06 que hoje sobrevivem da informalidades – de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sem falar no impacto da Emenda Constitucional 95, que congelou os recursos públicos por 20 anos e paralisou a ação do Estado como agente potencializador da economia e como ente indutor de direitos sociais. 

No quebra-cabeça golpista só saiu ganhando o sistema financeiro, que em 2018 bateu novo recorde de lucros. Somente os 5 maiores bancos (Itaú, Bradesco, Caixa, Banco do Brasil e Santander) lucraram no 1º semestre de 2018 R$ 41,257 bilhões, cerca de 60% do lucro abocanhando em 2017, conforme informações divulgadas no Jornal da CTB.

O cenário de crise no Brasil tem nome, RG e CPF e tem sido o maior afetado pelo golpe: o povo pobre do Brasil.

Joanne Mota é jornalista e assessora da CTB Nacional


 

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