A eleição acabou, a luta sindical está começando!

Apurado o último voto, definida a reeleição da candidata progressista, surgem as manifestações de alegria de quem lutou para que isto acontecesse. E a parte contrária por sua vez se vê obrigada a aceitar o resultado. Mas isto foi apenas no primeiro momento, quando as expectativas de ambos os grupos eram de um resultado favorável. E agora não se trata mais de comemorações, de abraços e cumprimentos.

Quem tem a visão de que ganhar a eleição não é suficiente e não bastam os votos a mais, precisa agora fazer a avaliação de como implementar os programas, as propostas principalmente no campo social em suas mais diferentes organizações. E que não podem ficar na dependência da iniciativa de quem está no comando de um país com dimensões continentais, onde as mais diferentes regiões tem muitos e grandes problemas.Mais do que nunca se faz necessária a avaliação de como promover encaminhamentos com a participação coletiva, precedidos de discussões amplas que levem em consideração o potencial de atendimento.

Este é o caso, por exemplo, do movimento sindical. Que ao longo dos anos, desde a implementação de legislações que reconheceram a organização legal, tem enfrentado os problemas e buscado alternativas, com dificuldades sem conta, acumuladas nos últimos anos pela falta de esquemas de politização, o que tem afastado parcela significativa dos trabalhadores das lutas de sua Entidade. A classe patronal, por sua vez, tem como objetivo manter e aumentar seus lucros.

E para tanto, promove estudos e pesquisas e adota medidas as mais diversas, como a transferência das sedes de Empresas, a terceirização e até quarteirização, que divide as categorias de trabalhadores num mesmo ramo de trabalho ou Empresa. Há outras questões, como a pressão que é exercida em cada local de trabalho para diminuir custos.E demissões.

Há muitas outras questões que levam em conta a categoria profissional nos seus mais variados ramos empresariais. Como a classe trabalhadora vai conseguir superar tais dificuldades? E qual deve ser o papel do Governo em tais questões, levando em consideração que se trata de um sistema igualitário, com a representação tanto da classe patronal como dos trabalhadores? A resposta é simples,ou seja, a organização operária agindo com unidade e mobilização, vai levar o Governo e outro setor importante, o Congresso Nacional, a discutir as propostas e reivindicações.

Este é o grande desafio a ser enfrentado sem demora. Não dá para ficar esperando propostas e encaminhamentos governamentais, nem tentar apenas modificar projetos e deliberações seja quais forem as origens. Qual a forma de mobilização? E como unificar as lutas? As centrais sindicais, por certo, têm uma grande responsabilidade e em muitas oportunidades já foram realizadas manifestações unificadas, com a elaboração de uma pauta de reivindicações, essencial para motivar a participação de trabalhadores de todas as categorias.

A conclusão a se tirar é que desde já, as direções sindicais precisam partir para as discussões dos encaminhamentos. Com a devida divulgação, para que as bases comecem a ser motivadas. O momento exige ação, reflexão, debates e preparo adequado de quem está na luta por uma sociedade igualitária, pelo socialismo.


Uriel Villas Boas – Previdência da Fitmetal/CTB – Presidente da Asimetal-Associação dos Siderúrgicos e Metalúrgicos do Litoral Paulista – Santos 

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