Sindicalistas europeus denunciam atuação de governos neoliberais contra trabalhadores

Na tarde desta quarta-feira (21), sob o tema “Análise da crise e seus impactos diferenciados, a situação política e econômica da União Europeia”, sindicalistas de várias partes do mundo debateram sobre a situação daquele continente.

A mesa, que foi moderada pela coordenadora do CES, Gilda Almeida, contou com a presença do coordenador da  Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN) , João Torres; do grego Zarianopoulos Sotiris que falou pela Frente de Todos os Trabalhadores Militantes (Pame) e pelo País Basco, Igor Urrutikotxea, representando a central sindical LAB. 

As contradições do sistema capitalista, o poder das multinacionais, a desvalorização do trabalho e do trabalhador foram  as experiências compartilhadas pelos palestrantes com os cerca de 300 participantes no encontro, que ocorre até a próxima quinta (22), no Anhembi. 

Crise na Europa 

João Torres afirmou que os países europeus se consideravam mais desenvolvidos, mas com os governos neoliberais de direita a situação tornou-se insustentável, para ele um dos princiais motivos que levaram à crise foi a subordinação da política deixando de lado os interesses nacionais ele citou como exemplo a criação do Banco Central Europeu (BCE) , da Troika que, em sua avaliação, tornou os países dependentes. “Isso vai contra os interesses da população”, exclamou.

O português informou sobre os índices de históricos de desemprego, o país registra a 3ª maior taxa da União Europeia, a diminuição dos salários e pensões e também o Tratado de Lisboa, documento assinado em 2007 com o objetivo de unificar a legislação europeia. “Foi um ofensiva feita nas costas dos trabalhadores, para reforçar o poder das grandes potências no continente, este tratado ataca os direitos trabalhistas”.

Neste sentido o grego, Zarianopoulos Sotiris,  acrescentou a Grécia sofreu sérias consequências. “Mais de 60% dos jovens estão desempregados, a maioria dos trabalhadores não recebem salários há meses”, disse.  

Frente a todos essas ofensivas Torres afirmou que é preciso ampliar a solidariedade entre os trabalhadores e no movimento sindical e informou que desde 2010 foram feitas cinco greves gerais convocadas pela CGTP-IN, que levaram cerca de 3 milhões de portugueses às ruas. “O povo vai decidir seu destino”, declarou.

Por sua vez, o representante do País Basco, Igor Urrutikotxea, afirmou que para que haja uma mudança social é preciso aperfeiçoar o sindicalismo ele também denunciou a privatização do setor público. 

O sindicalista também denunciou mudanças nas leis trabalhistas que fazem com que mesmo doentes tenham que ir trabalhar, prejudicando assim sua saúde. “Na Europa a expectativa de vida está diminuindo”, alertou. 

Igor acredita que é preciso refundar o modelo sindical na Europa, ele informou que desde 2009 houve seis greves gerais no país e que estão trabalhando na elaboração de uma Carta de Direitos Sociais, em defesa dos trabalhadores. 

Para ele experiências como o Encontro Sindical Nossa América (ESNA), que reúne organizações de diversos continentes, são fundamentais para a acumulação de forças e a defesa das bandeiras da população.

Já , Zarianopoulos Sotiris, disse que nos últimos anos o país teve 32 greves gerais apoiadas pela frente sindical para ele é fundamental a organização dos trabalhadores, pois as potências continuarão suas guerras para garantir seus mercados. 

O seminário internacional termina nesta quinta (22), e abordará temas sobre integração na América Latina e Caribe, após o encerramento do evento os participantes poderão assistir o show da sambista Leci Brandão que marcará a abertura do 3º Congresso Nacional da CTB. 

Érika Ceconi – Portal CTB
Foto: Mauricio Morais 

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