Sindicalistas debatem integração na América Latina

O protagonismo dos trabalhadores no processo de integração latino-americana foi o tema debatido na manhã desta quinta-feira (22), por sindicalistas de diversas regiões do mundo, que participam do seminário internacional promovido pelo Centro Nacional de Estudos Sindicais (CES). 

“Fala-se em socialismo do século 21, será que vamos ter o sindicalismo do século 21?”, brincou  o vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM), João Batista Lemos, ao referir-se que o movimento sindical precisa acompanhar as mudanças ocorridas durante os últimos anos.

“Del Bravo al Plata no hay más que un solo pueblo”   

Para abrir o debate o autor do livro “América para a Humanidade”, professor Eugênio Rezende de Carvalho, falou sobre o legado de José Martí pela unidade e integração da América Latina, com suas tradições, culturas e povos diversos. Ele contou que o prócer da independência cubana via um futuro glorioso para a América Latina, frente às ameaças do imperialismo estadunidense. 

O coordenador do Encontro Sindical Nossa América (ESNA), Juan Castillo, destacou que os sindicalistas precisam participar dos processos de integração na região “Estamos deixando de lado mudanças políticas significativas”, observou.

Castillo lembrou-se de iniciativas populares em defesa da soberania. “A derrota da Alca (Área de livre comércio das Américas) foi a demonstração de que  o povo mobilizado tem êxito”, ele  expressou que para concretizar o socialismo é necessário gerar uma consciência de classe para as vitórias. A secretária da Mulher da CTB Bahia e dirigente nacional da CTB, Marilene Betros, concorda que o povo deve estar mobilizado ela citou como exemplo as manifestações que ocorreram em junho no Brasil e fez um alerta contra o monopólio midiático, que tentou pautar o movimento e inflar a população contra o governo. 

No caso do Peru, o representante da Confederação Geral dos Trabalhadores no Peru (CGTP), Mario Huamán, informou que estão organizando uma greve geral para o próximo 26 de setembro contra a atual política ecônomica exercida pelo presidente Ollanta Humala contra os direitos trabalhistas, segundo ele os peruanos estão sentindo-se traidos “fomos nós, trabalhadores, que colocamos ele no poder”, disse.  O sindicalista acredita que para a região avançar é preciso aprofundar os direitos dos trabalhadores. 

O secretário das Américas da FSM, Ramón Cardona, apresentou uma série de propostas do ESNA nos esforços de integração dos trabalhadores a nível continental, e fez um chamado para o 6º Encontro que ocorrerá em Havana. O seminário apresenta sua última mesa nesta quinta (22) com o tema ” A luta pelo socialismo no século 21″ e encerrará as atividades com o show da cantora Leci Brandão às 22 horas que também marcará o ínicio do 3º Congresso Nacional da CTB. 


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Érika Ceconi – Portal CTB 
Foto: Mauricio Morais 

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