Seminário do CES discute o papel do BRICS na atual conjuntura geopolítica

A segunda mesa de trabalhos do Seminário “Panorama da Conjuntura Internacional”, organizado pelo Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES), teve como tema, na tarde desta quarta-feira (21), o papel do BRICS, bloco de nações constituído por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
 

A mesa foi coordenada por José Adilson, membro da Executiva Nacional da CTB. O primeiro palestrante foi o professor André Martin, livre-docente em Geografia da Universidade de São Paulo (USP). Segundo o estudioso, os países que compõem o BRICS já começam a pautar uma nova geopolítica mundial, obtendo nos últimos anos a capacidade de conter a ganância dos países chamados “desenvolvidos”. 

Por sua vez, o sindicalista congolês Joseph Anatoli, a partir de agora o BRICS terá a responsabilidade de abranger outras nações, em especial as africanas, que também lutam pelo desenvolvimento. Para ele, é preciso que os governos dos cinco países deixem suas diferenças de lado para obter avanços. “E, fundamentalmente, os trabalhadores dessas nações precisam enfrentar e minimizar essas divergências”, completou.

Nova geopolítica

Divanilton Pereira, dirigente da Executiva da CTB, iniciou sua palestra destacando o título da segunda mesa do Seminário: “A transição para uma nova geopolítica mundial, o papel do BRICS; Valorização do Trabalho e Soberania Nacional”. Segundo ele, no mundo atual está em curso uma transição que deixa de lado um cenário de unipolaridade e que passa a apresentar um panorama de multipolaridade. “Trata-se de uma nova circunstância política acelerada pela crise mundial do capitalismo”, afirmou.
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Diante dessa nova ordem, o dirigente da CTB entende que os países periféricos, como Brasil e China, devem assumir uma nova posição no xadrez geopolítico mundial. “O BRICS não pode ser desprezado pela classe trabalhadora, por conta de seu papel anti-hegemônico. Temos que atuar nesse cenário, disputando a valorização do trabalho”, defendeu.

Xesus Moncho Noan, dirigente sindical da Galícia, contribuiu para a discussão com o ponto de vista de um europeu a respeito do BRICS. Ele destacou o caráter heterogêneo das nações que compõem a União Europeia, minimizando sua influência futura na geopolítica mundial. “Sua composição se dá a partir de um viés mercantil, baseada em uma lógica neoliberal”, afirmou.

Continuidade dos trabalhos

A mesa sobre os BRICS finalizou os trabalhos do primeiro dia do Seminário. Confira abaixo as a programação do segundo dia:

9h – Continuação do Seminário

MESA 3 – Perspectivas e Desafios de Integração da América latina (CELAC, UNASUL, ALBA) Como os trabalhadores podem intervir neste processo?

Moderador João Batista Lemos.

Intervenções:

• Professor Eugênio Rezende de Carvalho, Universidade Federal de Goiás.

• Encontro Sindical Nossa América.

• Secretária para as Américas Federação Sindical Mundial

• Central Bolivariana Socialista de Trabalhadores da Venezuela. 

• Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru. 

11h – MESA 4 – A Luta pelo Socialismo no século XXI

Moderador Joilson Cardoso  

Intervenções:

•  Representantes de organizações sindicais da Bolívia, Cuba, Venezuela, Vietnã e Brasil.

13h30 – Almoço – Centro de Convenções do Anhembi.

16h – Abertura 3º Congresso Nacional da CTB

19h – Jantar – Centro de Convenções do Anhembi.

22h – Show artístico cultural de encerramento do Seminário

Fernando Damasceno – Portal CTB


 

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