Do Oiapoque ao Chuí a CTB não pára de crescer

Em todas as delegações dos Estados se encontra uma militância vigorosa e empolgada pelo debate que vem sendo realizado pelo 2º Congresso da CTB e pelo crescimento pujante dos dois anos de existência da Central. Mas o que mais entusiasma as bases da CTB é a convicção de que esse crescimento ainda encontra espaço para continuar se espraiando por todos os cantos do Brasil.

O Congresso é um momento de congraçamento e afirmação das políticas defendidas pela Central. A diversidade de culturas, a troca de experiências, as perspectivas de consolidação em todos os Estados e no Distrito Federal, nas mais diversas categorias e setores de trabalhadores fazem do Congresso um momento ímpar de esperança e impulso ao trabalho.

Nordeste – solidificar a força da CTB com renovação e crescimento

Na Bahia a CTB já nasceu grande. É a maior Central Sindical do Estado com cerca de 300 entidades filiadas, espalhadas por todas as categorias de trabalhadores. Mesmo assim não falta espaço, disposição, trabalho e vontade de fazê-la crescer ainda mais. É o que garante o dirigente dos trabalhadores da Construção Civil, Raimundo Brito.

Ele informa que habitualmente são realizados debates com dirigentes sindicais de sindicatos sem filiações ou filiados a outras centrais com o objetivo de persuadi-los para as propostas da CTB. “A postura da CTB, contrária ao “acordão da Previdência”, por exemplo, é uma importante demonstração da coerência da nossa política que não arreda pé da defesa dos interesses dos trabalhadores. Esse debate é um mote para ganharmos novas adesões”, abona Brito.

José Antônio da Silva, o Zé de Doutor, presidente da FETAG Bahia, diz que dos 408 sindicatos filiados na Federação, 112 já ingressaram na CTB e a meta em médio prazo é atingir a marca dos 200 sindicatos filiados. Para ele o 2º Congresso será o balizador dessa conquista.

Zé de Doutor considera que o comprometimento e a identidade da Central com as questões dos trabalhadores rurais é um diferencial para o crescimento do sindicalismo classista no campo. Ele afirma que as demandas relativas às lutas dos assalariados e pequenos produtores rurais que forem debatidas e aprovadas no Congresso, comporá uma ferramenta para o crescimento da CTB entre os trabalhadores do campo.

Vem do Estado do Ceará uma importante bancada juvenil, confirmando que além de ir solidificando as lideranças com maior experiência a CTB também oferece fôlego e renovação.

Elvira Ribeiro, bancária, 24 anos narra que se organizou na CTB por que faz diferença estar numa central que se limita às lutas cotidianas e corporativistas e uma central – como é a CTB – que compreende e faz a luta diária, mas apresenta perspectivas de lutar por uma sociedade que rompa definitivamente com a exploração de classe. Ela argumenta que a juventude, por sua distinção de inquietude, percebe na CTB a energia e a esperança de construção de um novo mundo.

“Nós não temos sindicalistas, nem bases sindicais. Nós temos militantes de classe”, diz Elvira. “Nosso grande desafio é conciliar os interesses táticos e imediatos dos trabalhadores com os interesses estratégicos transformador. E a CTB está conseguindo responder com acerto a esse desafio, por isso a todo o momento percebemos que tem gente se chegando a nós e aceitando nossas bandeiras que são justas”.

Sul – edificando uma realidade estrutural própria

Henrique Fermiano da Silva, tesoureiro da Federação dos Trabalhadores em Asseio e Conservação do Estado do Rio Grande do Sul afirma que um fator determinante para o crescimento da CTB no RS foi a determinação de unir o campo e a cidade. “Essa era uma carência do movimento sindical gaúcho. Hoje estamos dando os passos iniciais para que trabalhadores rurais e urbanos se conheçam mutuamente e felizmente essa reciprocidade tem ocorrido de uma forma muito tranquila e solidária”.

Ele afirma ainda que os mais de 80 sindicatos filiados na Central no Estado tiveram como motivação a novidade política representada pela CTB, que surge valorizando a unidade e a democracia, em contraposição aos exemplos de disputas pacóvias que paralisam o movimento sindical.

“No Rio Grande do Sul estamos aprendendo e construindo uma realidade estrutural própria. Percebemos, por exemplo, a necessidade de criarmos estruturas de direção regionais, possibilitando uma maior ligação entre o núcleo dirigente central e as bases. Já estamos com sete regionais criadas e uma em construção. Nelas já se começa a alcançar vida orgânica e funcionamento regular” conclui Henrique Silva.

O Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul, Assis Melo, acrescenta que a CTB tem ainda um grande espaço de crescimento no Rio Grande do Sul, entre os trabalhadores rurais, mas, segundo ele, também entre os trabalhadores do setor urbano privado e público, onde a CTB gaúcha ainda não conseguiu atingir.

“É necessário que tenhamos uma política de crescimento com planejamento, organização e estrutura que saia a campo realizando o debate de idéias com as entidades sem filiação, mas também com aquelas que possam ser ganhas para nossas propostas. Uma política de crescimento implica também em consolidar núcleos de base em categorias que eventualmente tenham disputa”, afirma Melo.

Sudeste – O desafio cotidiano de crescer entre a classe operária

Em São Paulo a CTB vem ocupando espaços importantes em diversos sindicatos, além de dar início a um processo de retomada de ambientes como o Sindicato dos Condutores. Mas, por sua configuração, pelo tamanho do Estado e sua importância no cenário nacional (São Paulo representa cerca de 20% do PIB nacional), esse crescimento precisa ser intensificado com uma política permanente de estruturação da CTB.

Essa conclusão é compartilhada por Wagner Fajardo, dirigente metroviário e José Carlos Negrão, dirigente rodoviário, ambos da capital paulista. Apesar das necessidades e dificuldades eles avaliam que a CTB teve um significativo crescimento no Estado, mas consideram que precisam um aporte maior na construção da Central em São Paulo, especialmente entre os operários.

Fajardo lembra ainda que é no Estado que se situa o maior sindicato da América Latina e que a militância precisa de estrutura e investimento político para atuar com maior eficácia.

Em Minas Gerais, a dirigente dos Servidores, Maria Abadia de Souza, demonstra grande empolgação com o crescimento da CTB no Estado, que ela julga ser resultado das propostas, da atuação e do trabalho incansável que a Central vem realizando na capital e no interior mineiro.

Segundo ela a CTB mineira “está muito bem e já é reconhecida pelos sindicatos, pelos trabalhadores e pela sociedade, porque estamos presentes e incidindo sobre todos os acontecimentos relevantes do povo do Estado. Para ela o crescimento ainda não se esgotou. A direção de MG está em curso com um projeto de crescimento elaborado para ser levado à cabo até o final do ano.

Norte – a defesa ambiental é estratégica no desenvolvimento da CTB

A defesa do meio ambiente, numa região que guarda uma extraordinária reserva natural de relevância mundial é questão fundamental para uma central que se propõe defender os litígios dos trabalhadores. No norte do país, onde a CTB também já começa se consolidar, esse debate está muito presente.

O recém realizado Congresso de Fundação da CTB (29 de agosto passado) do Amapá já está refletido no 2º Congresso da CTB, que trouxe 16 delegados e delegadas. Segundo Joelma Bandeira da Silva, do Sindicato dos Professores, o Estado possui a maior unidade de preservação ambiental do país (72%), por isso, pensar no desenvolvimento do Brasil, passa por pensar na constituição da cidadania ambiental.

Obde Ferreira Gadelha, do Sindicato dos Guias de Turismo do Amapá, diz que no Estado há 21 entidades aguardando a Carta Sindical para efetuarem sua filiação na CTB e que diversas dessas entidades são ligadas às questões ecológicas reforçando a opinião da necessidade da defesa ambiental ligadas àquele espaço.

Centro-Oeste – A ação nas entranhas do país

“Se formos analisar pela quantidade de sindicatos filiados na CTB no Mato Grosso, o número pode ser considerado pequeno, mas se formos analisar pelo que se tinha quando fundamos a Central no Estado, o número é gigantesco, pois não tínhamos nada”. A afirmação é da Presidenta da CTB no Estado, Nara Teixeira.

A delegação mato-grossense está presente com um expressivo percentual de trabalhadores do campo, pois segundo Nara, é o que representa a realidade do Estado e é também onde a CTB está se consolidando e encontrando espaço de crescimento. Rondonópolis, Cinopolis e Barra do Garça são lugares que vêm destacando a presença dos militantes da CTB.

“Esse Congresso está servindo como uma injeção de ânimo para os delegados e delegadas do nosso Estado, além de uma aula sobre a postura autônoma e independente da CTB”, falou Nara Teixeira, que garante que no retorno haverá maior disposição de trabalho pelo fortalecimento da Central no Mato Grosso.

Portal CTB com Sônia Corrêa

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