Debate sobre a luta pelo socialismo encerra Seminário Internacional do CES

A quarta e última mesa de debates do Seminário “Panorama da Conjuntura Internacional”, organizado pelo Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho (CES), teve como tema, na tarde desta quinta-feira (21), a luta pelo socialismo neste início de século.

joilson seminarioCoube a Joílson Cardoso, secretário de Política Sindical e Relações Institucionais da CTB, o papel de mediador da mesa. Em sua introdução, o dirigente destacou que o socialismo é um sonho possível e uma proposta das mais generosas para os povos de todo o mundo. Em contraposição, disse que o capitalismo é fadado à falência, um sistema sem solução para os problemas da humanidade. “Temos que destacar a atualidade das propostas socialistas. Pior do que não combater a atual crise capitalista é não defender as propostas socialistas”, afirmou.

Nesse sentido, o dirigente da CTB disse ser necessário, de forma urgente, que a classe trabalhadora de todo o mundo se integre no sentido de combater o sistema capitalista e sua incapacidade de gerar o mínimo de igualdade entre os povos. “A integração de lutas é urgente na atualidade, pois somente com essa compreensão poderemos avançar rumo a um futuro socialista”.

Para Joílson Cardoso, o cenário político e econômico das últimas décadas se mostrou terrível para os trabalhadores e as trabalhadoras de todo o mundo. “O que vimos por toda a parte foi a precarização do trabalho como um dos elementos das políticas neoliberais. O fim do Estado do bem-estar social comprova de forma definitiva a falência do capitalismo e mostra que esse sistema não é e nunca será a solução para a humanidade”, defendeu o dirigente socialista, antes de passar a palavra aos demais participantes da mesa.

O primeiro dos palestrantes foi o companheiro Katu Arkonada, representante da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade, convidado a expor de que maneira a Bolívia tem lutado para colocar em prática algo que ele chamou de “socialismo comunitário”. Arkonada lembrou que a nacionalização dos recursos naturais do país foi fundamental para dar início a esse processo transformador, resultando em uma drástica redução da miséria e na triplicação dos recursos investidos pelo governo de Evo Morales. “Temos que ter consciência de que o atual processo na Bolívia depende de diferentes forças políticas. E, nesse sentido, é fundamental a articulação com o movimento sindical”, sustentou.

Decadência do capitalismo

Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, afirmou durante sua palestra que a atual crise do capitalismo acelera o processo de transição rumo a um cenário geopolítico multipolarizado, em contraponto à hegemonia exercida pelos Estados Unidos nas últimas décadas. Diante desse cenário, o dirigente disse que existem necessidades políticas, teóricas e ideológicas para aqueles que lutam pelo socialismo, no sentido de valorizar os modelos existentes na atualidade, em nações como Cuba, China, Coreia Popular, Vietnã e Laos. “Cada um desses países tem suas particularidades. Temos que respeitá-las e tentar compreendê-las”, afirmou.

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Por fim, Ernesto Freire, dirigente da Central de Trabalhadores de Cuba (CTC), e Fredy Franco, dirigente da Frente Nacional dos Trabalhadores da Nicarágua, expuseram de que maneira suas respectivas nações seguem construindo seu modelo de socialismo. Freire destacou que “não há socialismo sem ampla participação das massas” e que sem a solidariedade internacional “Cuba não conseguiria apresentar ao mundo tantos resultados positivos”. Franco optou por defender a ideia de que o socialismo exige a construção de “uma nova política, uma nova economia e uma nova cultura”, para em seguida complementar: “Não há um modelo único de socialismo. O que há são experiências históricas desde 1917”, completou, referindo-se à Revolução Russa.

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