CTB RS encerra congresso estadual com caminhada e protesto no Piratini

Ao percorrer as ruas centrais de Porto Alegre até o Palácio Piratini, os integrantes da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) encerraram, na tarde desta sexta-feira, seu segundo congresso estadual. Reunidos desde a quinta-feira, discutiram os objetivos da entidade, além de elegerem a direção que estará à frente da CTB RS até 2013.

 A manhã dessa sexta-feira, segundo dia do encontro, foi marcada pela presença de lideranças políticas no auditório da Fetag, local que abrigou os cerca de 300 participantes do evento. O ato político do Congresso contou com a presença do deputado estadual Giovani Cherini (PDT), que afirmou que "é preciso modificar o sonho coletivo das pessoas e, para isso, é necessário investir na educação. E a CTB vai lutar pela firmemente pela educação de cada ser humano".

 

Outro presente foi o deputado comunista Raul Carrion (PCdoB), que pediu que a entidade gaúcha se engaje na luta em defesa do Pré- Sal, além de manter sua luta constante pela redução da jornada sem redução dos salários e o fim do fator previdenciário. Aliado da causa dos trabalhadores declarou: "A CTB é uma central que surgiu para unir. É uma pluralidade que enriquece a todos que fazem parte dela e ela tem tudo para crescer ainda mais".

Luta do campo em destaque

Entre os delegados da CTB, a luta pela manutenção dos jovens no meio rural também ganhou destaque.  Joseane Eilof apresentou um estudo que mostra que em 2018 apenas 10% da juventude estará no campo. E lançou uma pergunta preocupante:"Se todos estiverem na cidade, quem irá plantar? Quem irá produzir para a população urbana?".

Para Joseane, "a união dos urbanos com os rurais pode ser a saída para evitar essa crise, já que um não pode viver sem o outro. Um complementa o outro".

Depois das manifestações em plenário acerca do plano de lutas da entidade, nas quais a luta das mulheres, a questão ambiental e uma política de comunicação também foram discutidos, a CTB RS colocou em votação os nomes para a nova direção da entidade no período 2009-2013. A chapa única, encabeçada pelo atual presidente Guiomar Vidor, foi eleita por unanimidade dos votos dos delegados. A escolha foi saudada com entusiasmo pelos trabalhadores classistas gaúchos.

O vice-presidente reeleito, Sérgio de Miranda (Fetag RS) disse:"A partir de agora teremos ainda mais responsabilidades. E vamos fazer com que a CTB RS se torne um das maiores entidades de classe do país. Que ela cresça na política da pluralidade de idéias e de participação".

Encerramento com protesto

Já como presidente reeleito, Vidor liderou a caminhada dos participantes do 2º Congresso Estadual da CTB RS rumo ao Palácio Piratini. Por pouco mais de meia hora circulando nas ruas centrais da Capital, os integrantes da passeata usaram o microfone para reforçar as questões primordiais de sua luta.

Na frente do Piratini, foram cobrados os investimentos do governo do Estado na Saúde, a reabertura dos hospitais da Ulbra, o fim do fator previdenciário, a redução da carga horária semanal para 40 horas e a abertura de uma CPI para investigar os supostos atos ilícitos do governo Yeda.   

Entrevista: Guiomar Vidor assume para segundo mandato


Aos 46 anos, Guiomar Vidor foi reeleito presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) no Rio Grande do Sul até 2013. Ciente que tem agora  um desafio ainda maior do que o enfrentado no primeiro ano da entidade no Estado, Vidor está confiante no crescimento da CTB gaúcha. Vidor é presidente da Fecosul (Federação dos Comerciários do RS).

O que a CTB RS fez desde sua criação, em março de 2008, até agora?

Podemos afirmar que a CTB tem um saldo bastante positivo. Temos hoje mais de 80 entidades filiadas, sete delas organizadas no Estado, além de já contarmos com uma sede e estrutura básica para atendimento e funcionamento regular. Participamos das principais lutas sindicais e políticas do Rio Grande do Sul, como a redução da jornada para 40 horas semanais, o fim do fator previdenciário e a valorização das aposentadorias, entre outros pontos relevantes. Estamos atuando com as demais centrais sindicais em busca de uma realização comum.

Além disso, organizamos dois grandes atos em comemoração ao dia 1º de Maio em Caxias do Sul. Inovamos com a realização de um debate que contou com a participação de 500 líderes sindicais de todo o Estado. E ainda temos muito o que fazer.

Quais são as metas para o próximo período? 

Precisamos realizar um trabalho de consolidação do que foi feito até aqui, mas temos que crescer, contar com a participação de um número maior de sindicatos ao nosso lado. Necessitamos buscar novas filiações e trabalhar para o enraizamento da nossa central em um  maior número de categorias. Para isso,faremos um trabalho de convencimento junto aos sindicatos, vamos mostrar a eles o compromisso que assumimos com a classe trabalhadora, que podemos ser fortes todos juntos e lutar por melhores condições de vida para todos.

Queremos também, cada vez mais, aproximar os trabalhadores do campo e da cidade, na luta pelo aprofundamento do projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e pela construção de uma sociedade justa e igualitária para todos.

De Porto Alegre
Valéria Pereira
Fotos: Márcia Carvalho

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