Mais de 8 mil condutores rejeitam proposta patronal e aprovam greve da categoria

Definitivamente, São Paulo vai parar. Na próxima semana, 4 milhões de pessoas – que utilizam o transporte público rodoviário – serão afetadas com a greve da categoria. Cerca de 50 mil trabalhadores cruzarão os braços e 14 mil ônibus não circularão na cidade, tudo isso por conta da intransigência do setor patronal que não atendeu às reivindicações da categoria na Campanha Salarial 2019.

A chuva que caiu na tarde desta quinta-feira (16) não impediu que os condutores de São Paulo comparecessem em massa na assembleia decisiva, realizada no CMTC Clube.

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Mais de 8 mil companheiros e companheiras fizeram a avaliação positiva do plano de lutas e ouviram com atenção o relato da direção do Sindmotoristas a respeito das negociações improdutivas com o setor patronal ao longo dessa semana.

A nova proposta salarial foi uma grande decepção, pois não apresentou as melhorias esperadas nos direitos dos trabalhadores, pelo contrário, os empresários insistem no pacote de maldades: reajuste salarial pela inflação acumulada do período de 4,18 (índice do DIEESE); tíquete refeição no valor unitário de R$24,00 por dia trabalhado; zero de Participação nos Lucros e Resultados (PLR); implantação do banco de horas; 01 (uma) hora de intervalo não remunerado; e outras sacanagens.

Os diretores do sindicato Francisco Xavier da Silva (Chiquinho) e Valdemir do Santos Soares (Moleque) disseram que os patrões apostam no dissídio coletivo. Para eles é mais fácil conseguir o aval da Justiça para implantar o tal plano maquiavélico, que deve aumentar ainda mais os lucros das empresas de ônibus com a precarização dos direitos da categoria.

Unidade na Luta

O presidente em exercício, Valmir Santana da Paz (Sorriso), parabenizou os trabalhadores que atenderam ao chamado do sindicato, neste momento crucial da Campanha Salarial. “Essa assembleia é uma resposta para os patrões que duvidam da nossa força. A unidade é nosso diferencial. Essa categoria que é forjada na luta tem que ser respeitada pela sua importância e pelo seu enorme poder de organização”.

Sorriso disse ainda que os condutores não vão se curvar e aceitar passivamente as mudanças absurdas dos patrões. Nova Lei Trabalhista? Aqui, não!

Greve Geral!

O clima de revolta e indignação já tinha tomado conta da assembleia, quando o deputado federal e presidente licenciado do Sindmotoristas, Valdevan Noventa, falou que a última proposta salarial foi rechaçada pelos dirigentes sindicais, mas era importante a posição da categoria, assim como, deliberar sobre as próximas ações.

“Foram meses de negociações sem avanços. Os patrões foram intransigentes e insensíveis aos anseios da categoria, apresentando uma proposta indecorosa, vergonhosa e pitoresca, que além de não atender os pontos econômicos, visa diminuir os direitos já adquiridos. Não aceitamos retrocesso, ou atendem às reivindicações dos trabalhadores ou nenhum ônibus sairá às ruas. São Paulo vai parar”, afirmou Valdevan Noventa.

Por unanimidade, os trabalhadores rejeitaram a proposta dos patrões e aprovaram a greve geral a partir das 0h00 da próxima quinta-feira (23).

Antes de encerrar o evento, Noventa informou os companheiros que vai se reunir com o prefeito Bruno Covas, acompanhado da diretoria do sindicato, nesta segunda-feira (20). “Esperamos que o Poder Público intervenha a favor dos trabalhadores e faça com que os empresários abram mão da sua ganância. Vamos comunicar o prefeito da decisão da nossa categoria. Nenhum ônibus vai andar na cidade de São Paulo até que os nossas reivindicações sejam atendidas”, declarou o líder sindical.

Solidariedade

Autoridades políticas e sindicais estiveram na assembleia, em solidariedade e apoio à luta dos condutores , entre as quais, destacamos: Paulinho da Força, deputado federal; Ricardo Patah, presidente da UGT; Valdir de Souza Pestana, presidente da Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo (FTTRESP); Luiz Gonçalves, NCST; Fajardo dos Metroviários; Uálici, Sindbeb; Toré, Sindicato dos Rodoviários/SP; Marrom, Sindicato dos Rodoviários de Guarulhos; Canindé Pegado, UGT; Gonzaga, Sindicato dos Comerciários/SP; Cocada, Sindficot; Gregório Poço, CMTC Clube; Ferrugem, Sindicato dos Rodoviários de Santos; Luiz Gonzaga, Sindicato dos Escritórios/SP; Félix, Sindicato dos Rodoviários de Mogi das Cruzes; Natalício Ferreira Alves, Sindicargas/SP; Bira, CGTB; e os ex-deputados Luis Antônio de Medeiros e Alcides Amazonas.

 

Com informações de sindmotoristas.org.br

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