XII Congresso da CGTP-IN expressa a centralidade do trabalho

Com a presença de mais de mil companheiros e companheiras, envolvendo em torno de 800 delegados e delegadas, representando centenas de entidades sindicais, iniciou-se em 27/01/12, o congresso nacional da maior e mais influente central sindical portuguesa, a CGTP-IN.  “Unidade, unidade, unidade sindical…” cantaram calorosamente o plenário no início da solenidade, linha mestra do hino da central.

Representações das academias, instituições civis, parlamentares, governamentais e entidades sindicais nacionais e internacionais prestigiaram a solenidade de abertura, comprovando o efetivo protagonismo político dessa central no país. A Federação Sindical Mundial (FSM) esteve representada pelo seu Secretário Geral adjunto Valentin Pacho.

O tema do congresso, “Portugal desenvolvido e soberano – trabalho com direitos”, sintetiza uma formulação política do sindicalismo classista português que luta por reposicionar o país para um desenvolvimento focado na produção real e soberana, em detrimento do rentismo especulativo hoje prevalecente. Ele também expressa que nenhum projeto político avançado não será assim caracterizado, se ele não estiver assentado estrategicamente na valorização do trabalho.

O secretário geral da central, Manoel Carvalho, que após 25 anos deixa essa direção, fez um balanço da gestão que ora encerra o mandato e traçou perspectivas para o próximo período, 2012/2016.

Inicialmente, contextualizou historicamente seu mandato dentro de uma quadra política internacional complexa, desafiadora e agressiva contra a classe trabalhadora, sobretudo a européia. A CGTP-IN teve na resistência ativa sua maior tática frente aos ataques típicos desse novo tempo neoliberal continental. Manifestações, disputas e greves gerais foram marcas desse período.

“Se a crise é sistêmica e a contaminação é geral, a resposta tem de ser de todos” afirmou ele. Nessa direção atacou duramente o acordo feito entre o Governo e a UGT portuguesa: “Esse acordo não é lei e nem será porque nós não permitiremos”. Foi essa resistência classista que impediu que o Governo/UGT aumentasse a jornada de trabalho em meia hora em Portugal.

Na verdade só uma nova correlação de força política, favorável ao povo e aos trabalhadores, haverá de evitar o retrocesso civilizacional na Europa hoje em curso. Hoje a direita e a extrema direita comandam os destinos desses povos.

Ao final Manoel Carvalho convocou todo o povo e a classe trabalhadora para participar da mobilização nacional organizada pela CGTP-IN dia 11/02 contras as medidas governamentais anti-trabalho. Nessa oportunidade se despediu e agradeceu a todos.

A partir daí diversas intervenções especiais dos membros da executiva nacional e de dezenas entre delegados e delegadas intervieram. Grande parte delas focou na resistência contra as medidas oriundas da TROIKA (FMI, BCE e União Européia) e aplicado pelo Governo/UGT.

Ao final ocorreu o processo eleitoral que definiu o novo Conselho Nacional da Central. A lista apresentada foi eleita com 735 votos válidos, 08 nulos e 32 brancos. Logo após, esse Conselho se reuniu e escolheu o camarada eletricista Armênio Carlos, 56 anos, como o novo Secretário Geral da CGTP-IN para os próximos quatro anos.

Sábado, 28/01/12, último dia do congresso, será aprovado as orientações e a agenda reivindicatória do período 2012/2016.

De Lisboa. Divanilton Pereira e Wagner Gomes.

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