Trabalhadores e trabalhadoras em todo o mundo saíram às ruas, neste 1º de maio, para celebrar as conquistas e defender os direitos, principalmente, neste momento em que a ofensiva neoliberal ameaça a classe trabalhadora.
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Em Cuba, a atividade deste ano homenageou o líder histórico da Revolução Cubana, Fidel Castro, falecido no ano passado, e Che Guevara, no 50º aniversário de sua queda em combate. Representou uma trinceira para defender a soberania e reclamar o fim do bloqueio econômico, comercial e financeiro contra o país, e a devolução do território ocupado pela ilegal base naval estadunidense.
Espanha
Convocados pelos sindicatos, os trabalhadores espanhóis voltaram a sair às ruas nesta segunda-feira, para exigir dos patrões e do governo empregos estáveis e salários dignos. Os principais sindicatos, UGT e CCOO, convocaram 73 marchas em todas as capitais de províncias e nas cidades mais importantes para reivindicar emprego estável, salários justos, aposentadorias dignas e mais proteção social.
Portugal
Milhares de pessoas marcharam em Lisboa, em uma jornada na qual os cidadãos reivindicaram que o trabalho “é um direito” e afirmaram que seguirão mobilizando-se para defender as conquistas sociais. “A luta continua”, “Maio está na rua” e “É urgente, é necessário, o aumento do salário”, foram algumas das palavras de ordem dos manifestantes, que percorreram várias das principais avenidas da cidade.
Grécia
Centenas de pessoas saíram nesta segunda-feira às ruas no centro de Atenas, seguindo a convocação do principal sindicato do setor privado (GSEE) e do setor público (ADEDY) para se manifestar contra as medidas que serão aplicadas após o acordo entre o governo e os credores. Outras organizações sindicais como a PAME, bem como a esquerda extraparlamentar, também reuniram milhares de pessoas no centro da capital.
França
Milhares de franceses se concentraram nesta segunda-feira na Praça da República para comemorar o Dia Internacional dos Trabalhadores, um ato que foi perturbado por tensos distúrbios e incidentes violentos protagonizados por grupos de encapuzados, que lançaram bombas caseiras e provocaram danos a imóveis.
O Primeiro de Maio deste ano na França tem lugar em meio à campanha eleitoral presidencial, com divisões entre os sindicartos e forças de esquerda sobre a indicação de voto. Como se sabe, estão no segundo turno a candidata da extrema-direita, Marine Le Pen, e o candidato da direita neoliberal, Emmanoel Macron.
Por esta razão, durante as manifestações do Primeiro de Maio foram levantadas palavras de ordem como “Nem Macron, nem Le Pen” e outras propondo uma convergência de forças para evitar a chegada da extrema-direita ao poder.
(Foto: AFP)
Rússia
Dezenas de milhares de pessoas participaram nesta segunda-feira de uma marcha pela Praça Vermelha de Moscou para comemorar o Primeiro de Maio. “Por uma vida, um trabalho e um salário digno”, foi o lema central escolhido pelos organizadores da manifestação. Também foram vistos cartazes com palavras de ordem contra o terrorismo.
Turquia
A polícia turca deteve nesta segunda-feira dezenas de pessoas e usou gás lacrimogêneo para dispersar centenas de manifestantes em Istambul que, por conta das festividades de Primeiro de Maio, protestaram contra o governo e o presidente Recep Tayyip Erdogan.
Segundo o canal de notícias CNNTürk, cerca de 75 pessoas foram detidas no bairro de Gayrettepe quando aproximadamente 250 manifestantes queriam iniciar uma marcha de protesto.
Os manifestantes expuseram cartazes com lemas como “Que viva o 1º de maio. Não ao ditador”, enquanto a polícia fez disparos para o ar e usou gás lacrimogêneo.
Equador
A Central Unitária de Trabalhadores do Equador (CUT) destacou o trabalho do presidente Rafael Correa e do governo nacional pelos direitos e o bem-estar da classe operária do país. O reconhecimento foi feito durante um ato que reuniu uma multidão na comemoração do Dia Internacional dos Trabalhadores, celebrado em Portoviejo, província de Manabi, uma das mais afetadas pelo terremoto de 16 de abril de 2016.
“O Estado equatoriano consequente com os princípios e garantias da Constituição, deixou de ser instrumento a serviço de elites e oligarquias e recuperou seu papel como motor da transformación social, de redistribuição equitativa da riqueza, de construção do bem-estar com soberania nacional”, afirmou o presidente da CUT, Oswaldo Chica.
Ele também ressaltou que nos 10 anos da revolução cidadã, como nunca antes na história, as relações de poder mudaram a favor dos trabalhadores e aplicaram a supremacia do ser humano sobre o capital.
No ato, que contou com as presenças do chefe de Estado, Rafael Correa, e da presidenta da Assembleia Nacional, Gabriela Rivadeneira, entre outras autoridades, o dirigente operário destacou também o trabalho de apoio desenvolvido pelo ministro do Trabalho, Leonardo Berrezueta e a secretária nacional da Gestão de Política, Paola Pavón.
Argentina
Milhares de argentinos se aglutinaram em frente à Praça dos Dois Congressos no Dia Internacional dos Trabalhadores, que se tornou uma jornada de luta onde foram enviadas mensagens ao governo: parar com o ajuste e o desemprego.
Hoje é um dia de luta, disse à Prensa Latina a secretária geral da Confederação dos Trabalhadores da Educação (CTERA) Sonia Alesso, que ressaltou que os trabalhadores não retrocederão em cada uma de suas demandas.
Para o secretário geral da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA), Hugo Yasky, este Primeiro de Maio é também de reafirmação do direito a um salário justo, declarou à Prensa Latina.
Ao tomar a palavra em uma praça lotada, onde ondeavam bandeiras com o rosto do guerrilheiro argentino-cubano Ernesto Che Guevara, Yasky foi taxativo e enviou uma mensagem direta ao governo de Maurício Macri.
“Não nos interessa derrotar em particular um governo, nos interessa derrotar a injustiça social, o roubo, a miséria, a fome a que nos querem submeter aqueles que governam somente para os ricos”.
A jornada pelo Dia dos Trabalhadores teve seis atos em distintos pontos da capital.
México
A batalha contra as medidas neoliberais continua no México, afirmou Humberto Montes de Oca, dirigente da Nova Central de Trabalhadores, organização que marchou nesta segunda-feira na capital mexicana.
Em entrevista à Prensa Latina, ele disse que as reformas estruturais impulsionadas pelo presidente Enrique Peña Nieto são de caráter neoliberal e lesionam direitos sociais e interesses nacionais. A reforma trabalhista precariza as condições de trabalho e é base para os baixos salários e a exploração laboral que sofre a maioria dos trabalhadores mexicanos, apontou.
Fonte: Resistência com Granma, Prensa Latina e Opera Mundi
Fotos: Federação Sindical Mundial e agências