Retrospectiva Mundo: Da América Latina à Europa, movimentos sociais apoiam Greve Geral no Brasil

A classe trabalhadora brasileira vai cruzar os braços, nesta sexta-feira (28), em protesto contra os retrocessos do governo golpista de Michel Temer com medidas que retiram os direitos sociais e trabalhistas da população.

Com ampla adesão, Greve Geral na sexta (28) deve ser a maior dos últimos 30 anos; confira

Diversas categorias já confirmaram sua adesão à greve geral que será realizada em todo o país. Entidades sindicais em todo o mundo já declararam seu apoio à manifestação dos brasileiros.

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) recebeu, até a tarde desta quarta (26), mensagens em solidariedade de organizações sindicais do Haiti, Uganda, País Basco e Grécia.

Leia abaixo os comunicados:

Apoiamos sua justa luta e nos incorporamos a sua dura batalha contra a ofensiva do capitalismo brasileiro contra a classe trabalhadora brasileira

Rafael Reyes, Coalisão Nacional dos Sindicatos do Haiti

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O sindicato de base dos trabalhadores agrícolas de Uganda e os trabalhadores de Uganda manifestamos a nossa sincera solidariedade com a sua luta para os direitos da classe trabalhadora e o bem do povo brasileiro.

Saudações solidárias.

Wafana Nelson, secretário-geral

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Nós, da LAB, sindicato de classe do país Basco, enviamos uma mensagem de solidariedade à classe trabalhadora do Brasil e ao povo brasileiro que está prestes de fazer um enfrentamento com greve geral no dia 28 de abril – contra as reformas trabalhistas do governo Temer que quer, entre outras coisas, para aumentar a idade de aposentadoria, dificultar e cortar o acesso às pensões, precarizar os empregos… enfim, adotar as mesmas medidas que nós daqui também padecemos com o Governo do estado espanhol.

O governo Temer, uma vez chegado ao poder, tem sido rápido na tentativa de eliminar os direitos sociais e trabalhistas da classe trabalhadora e das classes populares no Brasil, a exemplo do ataque armado contra o MST.

É por esses motivos que declaramos nossa solidariedade e apoio total à greve geral nacional no dia 28 de abril e esperamos que seja uma demonstração massiva contra as intenções do governo.

Não temos dúvida alguma de que em 28 de abril o governo brasileiro vai encontrar um povo digno e de pé. A classe trabalhadora do Povo Basco está com vocês.

País Basco, 25 de abril de 2017

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A PAME, que representa o movimento sindical classista de Grécia, expressa a sua solidariedade com a classe trabalhadora e os sindicatos do Brasil, com a CTB e as entidades amigas e filiadas à FSM no Brasil para a greve geral organizada em 28 de abril.

Os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil farão uma greve geral em 28 de abril contra as reformas anti-trabalhistas da Previdência e da legislação laboral planejadas pelo governo Temer. A greve geral de 28 de abril, que tem sido preparada de forma sistemática pelos sindicatos classistas de Brasil durante semanas pretende ser a maior greve desde a grande greve geral de 1917.

A PAME expressa a sua solidariedade de classe com a greve geral dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, em sua luta pelos direitos da classe trabalhadora contra as políticas anti-trabalhistas que servem o capital.

Atenas, 26 de abril de 2017

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CGTP-IN solidária com trabalhadores brasileiros em Greve Geral

A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional expressa a sua solidariedade aos trabalhadores brasileiros e ao seu movimento sindical no quadro da Greve Geral convocada para hoje, 28 de Abril, “em defesa da aposentadoria e dos direitos trabalhistas”.

Perante a continuada mobilização dos trabalhadores brasileiros e o anúncio da intensificação da luta contra as propostas de reforma da “previdência” e “trabalhista” do governo ilegítimo de Michel Temer, a mesma maioria de deputados que afastou ilegitimamente a presidenta eleita, Dilma Rousseff, aprovou à pressa uma legislação que tem apenas o apoio declarado dos beneficiados: a banca, os grandes grupos económicos e as multinacionais.

O processo de aprovação destas reformas, bem como o atentado contra os direitos dos trabalhadores brasileiros que elas compreendem, deixam clara a razão do golpe de Estado: atacar os direitos laborais, sociais e democráticos alcançados, favorecer o grande capital e tentar colocar a roda da História em marcha-atrás no Brasil.

No Brasil – como em Portugal – o grande capital e os seus defensores procuram fazer crer aos trabalhadores e ao povo que o desenvolvimento económico e a criação de emprego são incompatíveis com os direitos dos trabalhadores. Lá como cá, o que os dados económicos e sociais demonstram é exactamente o contrário, ou seja, que o emprego com direitos, a valorização e o aumento dos salários fazem baixar o desemprego, promovem o crescimento económico e estão na origem de mais justiça social.

As reformas que se pretendem implementar a todo o custo revestem-se de enorme gravidade, desde logo: abrem caminho ao desmantelamento do direito do trabalho e das conquistas de décadas de luta dos trabalhadores; aumentam o horário de trabalho; acentuam a precarização das relações laborais; aumentam a idade de reforma e diminuem o valor pago.

A agenda em curso de reversão neoliberal das mudanças de sentido democrático operadas desde 2002 com a eleição de Lula da Silva, insere-se numa ofensiva revanchista, agressiva e golpista que o grande capital e as forças políticas ao seu serviço têm em curso contra os governos que na América Latina não se vergam à sua agenda e promovem políticas de defesa dos direitos dos trabalhadores e dos povos e a melhoria das suas condições de vida.

A CGTP-IN saúda a corajosa luta dos trabalhadores e do povo brasileiros, o movimento sindical e as forças democráticas e populares deste país, reiterando a sua solidariedade e a confiança de que a agenda de retrocesso económico e social e contra a soberania acabará por ser derrotada.

A Comissão Executiva da CGTP-IN

Lisboa, 28 de Abril de 2017

 

Portal CTB 

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