Reservas podem viabilizar criação de um Fundo Financeiro Sul-americano

As reservas são constituídas de ouro e divisas fortes (como o euro e o dólar) provenientes dos superávits nos balanços de pagamentos, que por seu turno decorrem dos saldos comerciais positivos e dos investimentos estrangeiros diretos e indiretos realizados nesses países. Atualmente, a maior parte desses recursos bilionários estão aplicados em títulos do Tesouro dos EUA.

Além de render pouco ou mesmo perder valor em função da queda do dólar, a aplicação das reservas nos Estados Unidos só servem aos interesses do governo Bush, ajudando a financiar o escandaloso déficit em conta corrente cultivado pela sociedade estadunidense, bem como o déficit público. Até os crescentes custos da guerra imperialista contra o Iraque e o Afeganistão, que engordam o déficit fiscal norte-americano, são parcialmente financiados por países sul-americanos.

Valor das reservas

O presidente da Venezuela chamou a atenção para o crescimento dessas reservas. “Nós, na Venezuela, temos mais de 40 bilhões de dólares em reservas; a Argentina também está acumulando reservas e o Brasil já contabiliza quase 200 bilhões de dólares em reservas”. O grosso desses recursos está aplicado em títulos emitidos pelo governo Bush e isto precisa mudar segundo Chávez.

“Se destinarmos o equivalente a 10% dessas reservas na criação de um Fundo Financeiro Sul-americano teremos dado um grande passo no sentido da libertação econômica dos nossos povos e nações”, sustentou. O fundo, juntamente com o Banco do Sul, teria a função de socorrer os países que apresentarem dificuldades e necessidade de financiamento externo para fechar seus balanços de pagamento, evitando as receitas amargas e recessivas do FMI.

Petrosul e etanol

No mesmo sentido, ele também defendeu a criação de uma grande estatal sul-americana para o setor energético – a Petrosul. “Temos que tomar medidas para contornar a crise energética e alimentar que está sendo gestada no mundo pelo modelo neoliberal”, salientou Chávez. Opinou que a crise dos alimentos e do petróleo decorre do neoliberalismo, que escancarou submeteu as economias nacionais ao controle das transnacionais e dos especuladores.

A Petrosul proposta pelo presidente da Venezuela não ficaria restrita ao petróleo. Abarcaria também a produção e exploração de gás, agro-combustível e outras fontes de energia. Chávez defendeu o etanol brasileiro, cuja matéria-prima principal é o álcool, dizendo que “loucura é o etanol dos EUA, baseado no milho”, que estaria contribuindo fortemente para a alta dos preços dos alimentos. “Vivemos um momento favorável à luta pela libertação dos nossos povos, mas se não tomarmos as iniciativas corretas podemos perdê-lo”, acentuou.         

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