Rússia e Bolívia assinam acordos de cooperação

MOSCOU, 16 FEV (ANSA) – O presidente da Bolívia, Evo Morales, se reuniu nesta segunda-feira em Moscou com o presidente Dmitri Medvedev, com quem assinou um acordo de cooperação técnico-militar e outro para a aquisição de helicópteros russos.

Os dois presidentes também assinaram uma declaração conjunta na qual pedem o fim do embargo dos EUA em Cuba e expressam sua preocupação com o plano norte-americano para a instalação de um escudo antimísseis na Europa e a ampliação da Otan com países do Leste Europeu.

Morales agradeceu a maneira como foi recebido pelo governo de Moscou e se disse entusiasmado com a recente mudança na política russa para a América Latina, que definiu como o "retorno" de uma "potência mundial" à região.

"Nunca teria imaginado que um país grande como a Rússia teria recebido desta maneira uma pessoa como eu, definida com frequência como 'terrorista' e 'traficante de droga", disse Morales.

Na sexta-feira passada, o presidente boliviano havia anunciado que pretendia substituir a participação dos Estados Unidos em seus programas de combate ao narcotráfico pela colaboração russa.

Os programas de combate ao narcotráfico em parceria com os Estados Unidos foram suspensos em novembro, após o governo boliviano ter expulsado do país a Agência Norte-Americana Antidrogas (DEA), cujos diretores foram acusados de interferir na política interna.

Morales e Medvedev já haviam se encontrado rapidamente na Venezuela, em novembro do ano passado, durante um encontro informal da Alternativa Bolivariana para os Povos da América (Alba), quando o presidente russo realizava uma viagem pela América do Sul.

Depois de visitar a Rússia, Morales viaja para a França, onde se encontrará com o presidente Nicolas Sarkozy, a quem pretende reforçar sua oposição à negociação bilateral de acordos comerciais entre países da Comunidade Andina (CAN) e da União Europeia (UE).

Na semana passada, Morales já havia afirmado que "a negociação bloco a bloco" permite a integração dos países, enquanto "a negociação bilateral nos divide", criticando assim as negociações bilaterais entre a UE com Peru e Colômbia, sem Equador e Bolívia. (ANSA)

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