Quase 250 milhões de trabalhadores iniciam greve na Índia

Nova Deli, 26 nov (Prensa Latina) Cerca de 250 milhões de trabalhadores na Índia, de setores como construção, bancos, manufatura e serviços, estão hoje iniciando uma greve geral contra as políticas governamentais e para o cumprimento de várias demandas.
O protesto foi convocado pelos principais sindicatos em coordenação com mais de 300 organizações camponesas para pressionar o governo a revogar quatro códigos trabalhistas, que de acordo com os sindicatos privam os trabalhadores de direitos e benefícios básicos como a jornada de trabalho de oito horas, informou o site News Click.

Cerca de 200.000 agricultores de toda a Índia estão viajando para a capital para participar da manifestação, disse o Comitê de Coordenação All India Kisan Sangharsh (Aikscc).

Os agricultores do estado de Punjab começaram a se mudar há dois dias, mas se encontraram com a ação policial na fronteira interestadual de Haryana, que prendeu vários líderes agrícolas.

A polícia montou barricadas em várias áreas e colocou canhões de água para dispersar os manifestantes que se dirigiam para Nova Deli.

Os sindicatos exigem um salário mínimo equivalente a cerca de 280 dólares e uma pensão de 133 dólares, o fortalecimento do sistema de segurança social e o fim do processo de desinvestimento nas empresas do setor público.

Em apoio às organizações de agricultores, os trabalhadores estão pedindo a revisão de três leis introduzidas pelo governo que privam os agricultores das garantias de preço mínimo de apoio e o desmantelamento do Comitê de Comercialização Agrícola, que eles acreditam que leva à absorção da agricultura por empresas e consórcios.

Os líderes sindicais sugerem que a greve expresse raiva e angústia por causa das contínuas políticas antitrabalhistas e do fechamento de empresas mal concebidas que forçaram os trabalhadores migrantes a retornar aos vilarejos, deixando muitos sem dinheiro ou empregos.

Anurag Saxena, secretário da unidade de Nova Deli do Centro de Sindicatos na Índia, disse que muitos tiveram que migrar e quando retornaram não receberam o salário necessário para ganhar a vida, incluindo a educação para seus filhos, bem como a incerteza de conseguir um emprego.

Os códigos de trabalho introduzidos pelo Executivo procuram abolir as garantias mínimas para os trabalhadores após décadas de luta e remover disposições como a criação de tribunais trabalhistas para ouvir as queixas dos trabalhadores.

Por outro lado, não há mais pagamento por horas extras e os trabalhadores podem ser forçados a trabalhar 12 horas, além de alterar as regras para a formação de sindicatos.

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Fonte: Prensa Latina