Protestos na Grécia são contra fascismo e austeridade

Nesta quarta-feira (18), mais de 20 mil trabalhadores protestaram em passeatas nas principais cidades gregas contra a política de austeridade do governo e para denunciar a falta de vontade da polícia da Grécia em apurar o assassinato do ativista de esquerda e rapper Killah P (Pavlos Fyssas), conhecida voz contra o racismo em seu país. Em todos os protestos ocorreram confrontos com a polícia, que usou bombas de efeito moral, gás lacrimogênio e balas de borracha para reprimir os manifestantes.

Com o país em recessão há seis anos e um índice de desemprego em torno de 27% da população economicamente ativa, o governo grego submete a classe trabalhadora a sacrifícios cada vez maiores para atender as determinações neoliberais da UE (União Europeia) e do FMI (Fundo Monetário Internacional). O governo corta postos de trabalho e salários. “Nós protestamos em massa contra as políticas de austeridade, mas também devemos enfrentar os fascistas e o Aurora Dourada, que são manipulados pelo regime para quebrar toda a resistência dos cidadãos”, afirmou à Agência France-Presse o presidente do sindicado de engenheiros do serviço público grego, Panayiotis Mouzios.

fasrapperCom faixas onde se lia “Fascismo nunca mais”, milhares de trabalhadores saíram às ruas em protesto às reformas feitas pelo governo grego que prevê a demissão imediata de 4 mil funcionários públicos e até o fim do ano mais 25 mil. Também em solidariedade à família do rapper assassinado a facadas por integrante do partido de extrema-direita Aurora Dourada. Milhares de fãs homenagearam Killah P em todo o país.

No início do mês, em bairro próximo onde ocorreu o assassinato do rapper em Atenas, membros do Partido Comunista da Grécia foram atacados por cerca de 50 “camisas negras”, como são conhecidos os integrantes do Aurora Dourada. “Temo que as coisas tenham ficado muito sérias”, disse ao jornal grego Ta Nea, a aposentada Lydia Montesanto, em menção à morte do rapper.

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), desde a crise capitalista de 2008, mais de 30 milhões de vagas foram perdidas no mundo, principalmente na Europa e principalmente entre os mais jovens. Somente na Grécia são 62,9% de jovens sem emprego. A política de austeridade imposta aos gregos por uma receita neoliberal tem se mostrado incapaz de tirar o país da crise. Essa disciplina fiscal imposta impede a recuperação econômica e a criação de novos postos de trabalho. Para os manifetantes gregos esses fatores facilitam o crescimento de extremismos no país.

greciamanifestacao

Portal CTB com agências

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.