Protestos contra governo continuarão na Colômbica

As mobilizações ou atos de protesto continuarão hoje na Colômbia, enquanto a aproximação entre o governo e o Comitê Nacional de Greve permanece em suspenso.

Um monumento à Resistência foi revelado domingo em Cali, uma das cidades com mais mortes, ferimentos e desaparecimentos devido à violência policial contra manifestantes pacíficos.

‘Você sabe por que ele é o melhor monumento da Colômbia? Porque o povo o fez sem descansar, eles trabalharam dia e noite com suas mãos e sua dignidade para honrar a luta e os caídos nela, graças à Puerto Resistencia’, disse o agrônomo Francisco Romero.

Com concertos e vários eventos culturais e diante de milhares de pessoas em Puerto Resistencia, aconteceu a inauguração da obra.

Em 28 de abril, começou uma greve na Colômbia contra uma proposta de reforma fiscal apresentada pelo governo de Iván Duque e rejeitada por grande parte da população.

Embora a medida tenha sido retirada para estudá-la e alterar seu texto, as mobilizações continuam no país.

Segundo o senador do Movimento Alternativo Indígena e Social Feliciano Valencia, em 47 dias a greve nacional conseguiu deter a reforma tributária, a reforma sanitária, bem como a renúncia do ministro da Fazenda Alberto Carrasquilla, da ministra das Relações Exteriores Claudia Blum e do comandante da Polícia de Cali, Juan Carlos Rodriguez.

Também impediu a compra de 24 aviões de guerra por uma soma de um milhão de dólares e pôs um fim aos discursos diários do programa Prevenção e Ação, no qual o Presidente Iván Duque aparecia todos os dias para discutir questões relacionadas à Covid-19.

Valencia acrescentou que a matrícula gratuita foi obtida para o segundo semestre deste ano para estudantes do ensino superior público dos estratos mais baixos.

A greve conseguiu posicionar a necessidade de uma reforma estrutural na Polícia Nacional, para tornar a juventude, a Primeira Linha e a Minga Indígena visíveis como atores revolucionários, disse o político.

Da mesma forma, permitiu incentivar a participação cidadã (assembleias e conselhos abertos), para tornar visível ao mundo a crise política e social que a Colômbia vive com o governo de Duque e priorizar a vida e a paz em detrimento do futebol.

Em sua avaliação, ele também observou que as mobilizações conseguiram redefinir a memória histórica do país e que uma grande parte da Colômbia se declarou contra as doutrinas promovidas pelo ex-presidente Álvaro Uribe, fundador do partido governista Centro Democrático.

Também tornou possível expor a violação maciça e sistemática dos direitos humanos pelas forças de segurança e a demanda pelo desmantelamento do Esquadrão Móvel Anti-Mobilizações.

Fonte: Prensa Latina