Professores mexicanos iniciam greve por tempo indeterminado

A Seção 22 do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Educação (SNTE) iniciou nesta segunda-feira (23) greve por tempo indeterminado no estado mexicano de Oaxaca. Os 70 mil professores aderentes rechaçaram a segunda proposta apresentada pelos governos federal e estatal, considerada insuficiente pelos trabalhadores. A paralisação afeta a mais de um milhão de alunos de nível básico.

A greve foi deliberada em assembleia dos docentes que começou no último dia 20 e se estendeu até a madrugada do dia seguinte. Além de não comparecer às salas de aula, eles decidiram realizar um abraço simbólico no Palácio do Governo, a tomada de instituições bancárias e o bloqueio de estradas e ruas, bem como estabelecer um plantão na praça principal de Oaxaca, após marchar pelas ruas.

Em entrevista à imprensa, o secretário geral da Seção 22 do SNTE, Azael Santiago Chepi, esclareceu quais as demandas da categoria: o reconhecimento do Programa de Melhoramento Educativo como alternativa à Aliança pela Qualidade da Educação; a assinatura dos recursos da Programação Detalhada; a apresentação, com vida, do professor Carlos René Román, desaparecido desde o dia 14 de março deste ano, além de sanção ao ex-governador Ulises Ruiz e seus colaboradores.

Relacionado às condições educativas e sociais, a categoria demanda que o governo forneça uniformes escolares para os estudantes, computadores para todas as escolas primárias de Oaxaca e eletricidade em todos os campi.

Frente às exigências, o governador oaxaquenho, Gabino Cué, propôs pouco mais de 47 milhões de dólares para resolver as questões econômicas e educativas. Ele explicou que haveria três milhões de dólares, distribuídos em duas etapas, para regularizar vagas e horas dos docentes que até agora são contratados por honorários, por meio da Programação Detalhada. No tocante ao salário, o governo propôs aumento de 4,75% direto e 1,3% dividido em prestações, retroativo a 1º de janeiro deste ano.

Há quase cinco anos, em junho de 2006, os professores oaxaquenhos realizaram uma intensa greve, que durou até novembro do mesmo ano. Com bastante apoio da sociedade e o surgimento da Assembleia Popular dos Povos de Oaxaca (APPO), o movimento grevista se transformou em uma mobilização ampla pela saída do então governador, Ulises Ruiz.

Professores de Honduras sustentam greve de fome

Em Honduras, os professores também estão mobilizados. Para protestar contra o descumprimento de acordos por parte do governo, cinco professores sustentam uma greve de fome desde o dia quatro de maio. “Nossa saúde começa a deteriorar-se, necessitamos maior pressão”, pede o professor Luis Sosa, um dos grevistas, membro do Colégio de Professores de Educação Média (Copemh).

Os professores hondurenhos pedem revisão do Estatuto do Docente e do Instituto Nacional de Previsão do Magistério (Inprema), um novo ordenamento do sistema educativo público nacional e uma nova Lei Geral de Educação.

As pendências se arrastam desde agosto do ano passado, quando os docentes assinaram um acordo de 17 pontos, boicotado pelo governo, que falta às reuniões.

Com informações da Agência Prensa Latina

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