Presidente Lula critica desigualdade e defende reforma na governança global na Assembleia Geral da ONU

Presidente Lula discursa na abertura do Debate Geral da 78º Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Foto: Ricardo Stuckert/PR.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) proferiu um discurso marcante durante a 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York. Ele abordou diversas questões globais, desde a desigualdade até a necessidade de reformas na governança global e o combate às mudanças climáticas. Além disso, o presidente destacou a importância da cooperação internacional e criticou o protecionismo adotado por países ricos. O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), esteve presente no evento.

“Esta reunião da ONU ocorre em um momento histórico carregado de desafios para a humanidade. Vivemos uma crise de múltiplas faces. Vemos a exacerbação da crise ambiental, evidenciada pela multiplicação dos desastres naturais e mudança climática, e da crise geopolítica, marcada pela decomposição da ordem capitalista mundial hegemonizada pelos EUA. É notório o agravamento das desigualdades entre o centro e a periferia do sistema imperialista e entre as classes sociais, com o crescimento geométrico da riqueza num polo e da miséria no outro. A CTB luta por uma nova ordem mundial mais justa, contra as desigualdades e a fome. Os povos de todo o mundo anseiam por um novo mundo, um mundo sem guerras, um mundo sem fome, um mundo sem desemprego e sem exploração, um mundo em que as nações tenham o direito de definir soberanamente suas políticas econômicas e seus destinos. Nós estamos convencidos de que isto é possível e é este o recado da classe trabalhadora e do movimento sindical brasileiro aos líderes das nações de todo o mundo”, disse Adilson Araújo.

Desigualdade como o principal desafio e reforma na governança global

Lula enfatizou que a desigualdade é o principal desafio da humanidade e que a fome, a pobreza, a guerra e o desrespeito aos direitos humanos devem inspirar indignação nos líderes políticos. Ele afirmou que a Agenda 2030 da ONU, voltada para o desenvolvimento sustentável, pode se tornar um fracasso se não houver ações mais efetivas para reduzir a desigualdade.

O presidente defendeu a necessidade de reformas na governança global, argumentando que o modelo atual não representa a geopolítica do século 21. Ele pediu por uma representação adequada de países emergentes em órgãos como o Conselho de Segurança da ONU e destacou a perda de credibilidade desse conselho devido a ações de seus membros permanentes.

Combate às mudanças climáticas, paz e resolução de conflitos

Lula cobrou que os países ricos cumpram seus compromissos internacionais, incluindo a doação de US$ 100 bilhões por ano para que países em desenvolvimento preservem suas florestas. Ele enfatizou a necessidade de um modelo de desenvolvimento socialmente justo e ambientalmente sustentável.
O presidente defendeu a paz e condenou os conflitos armados como uma afronta à racionalidade humana. Ele ressaltou a importância de criar espaços de diálogo nas instâncias internacionais e investir mais em desenvolvimento do que em armamentos.

Críticas ao protecionismo, ao enfraquecimento do comércio multilateral, a extrema direita e ao neoliberalismo

O presidente criticou o protecionismo adotado pelos países ricos e mencionou a paralisia da Organização Mundial do Comércio e elogiou o Brics como uma plataforma estratégica para a cooperação entre países emergentes.
Lula destacou que o desemprego e a precarização do trabalho contribuíram para o surgimento da extrema direita em várias partes do mundo. Ele criticou o neoliberalismo por agravar a desigualdade econômica e política.

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