Presidente do Parlasul denuncia ação dos EUA e da direita na Bolívia

Uma comitiva de parlamentares do Mercosul acompanhará o referendo a ser realizado na Bolívia, neste domingo (10), no qual a população deverá decidir pela revogação ou não do mandato do presidente Evo Morales. O deputado Dr. Rosinha (PT-PR), presidente do Parlamento do Mercosul, e que faz parte da comitiva, disse que setores da direita boliviana apostam na instabilidade do país às vésperas do referendo.

"Grupos de direita de regiões como a de Santa Cruz de La Sierra estão tentando aprofundar uma crise interna com o objetivo de diminuir a legitimidade do governo de Evo Morales e tumultuar o processo do referendo'', afirmou o parlamentar.

Imperialismo

Dr. Rosinha também alertou para a conduta hostil do imperialismo estadunidense, que intensificou as ações de bastidores contra o governo de Morales. ''Obtive informações de uma fonte confiável segundo a qual já existem indícios de participação de órgãos norte-americanos no financiamento de alguns desses grupos", revelou o presidente do Parlasul.

Também integrarão a comitiva o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) e os parlamentares argentinos Carlos Raimundi e Elida Vigo; os paraguaios Héctor Lacognata e Carmelo Benítez; os uruguaios Adriana Peña e Roberto Conde; e os venezuelanos Ángel Rodríguez e Erasmo Marcano.

No sábado (9), os observadores participam, pela manhã, de uma reunião na Corte Nacional Eleitoral (CNE). À tarde, farão o deslocamento até os locais de votação. Os observadores do Mercosul devem divulgar uma avaliação pública do processo eleitoral na segunda-feira (11).

Referendo

Segundo Dr. Rosinha, o próprio Evo Morales pediu que o Mercosul fizesse o acompanhamento político do evento, por meio de observadores. ''O governo do Brasil propôs que eu, como presidente do Parlamento do Mercosul, presidisse o grupo de observadores, em conjunto com Carlos Alvarez, ex-vice-presidente da Argentina. Cabe a nós observar o comportamento político das autoridades constituídas, da sociedade civil organizada e dos meios de comunicação'', explicou o deputado.

A lei para a realização do referendo foi aprovada pelo Congresso boliviano e ratificada pelo Poder Executivo. Entretanto, como a lei propõe também referendar os mandatos dos nove governadores do país, parte deles de oposição, há forte resistência política ao pleito em alguns departamentos bolivianos.

Direita teme consulta

Já ficou claro que a direita e o imperialismo temem a consulta popular prevista em lei e convocada pelo presidente. Segundo informações de agências internacionais de notícia, as cortes eleitorais de quatro departamentos opositores na Bolívia anunciaram que consideram inconstitucional o referendo e não pretendem promovê-lo.

O referendo perguntará aos eleitores bolivianos se estão de acordo com a permanência de Morales e de 8 dos 9 governadores do país em seus cargos – seis deles de oposição ao governo nacional. Conforme as regras do pleito, previstas em lei, perde o mandato o político que receber mais votos contrários do que o total absoluto e relativo que o elegeu. No caso de Morales, seriam necessários 53,7% dos votos para tirá-lo da presidência. O prazo original de término dos mandatos está previsto para 2010.

A CNE, por sua vez, estabeleceu que os mandatos dos oito governadores que serão submetidos ao referendo estarão revogados apenas com mais de 50% dos votos, apesar de sua eleição ter ocorrido com percentuais que variam entre 38% e 48%.

(Com informações do portal Vermelho)

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