Povo grego endurece discurso contra política retrógrada do governo

Milhares de gregos ocuparam, no início da noite deste domingo (5), a praça Syntagma, no centro de Atenas. Eles foram à frente do Parlamento em protesto contra um novo pacote de “ajustes” prometido pelo governo, a fim de sanar as contas do país.

Assim como a Irlanda e Portugal, a Grécia vive uma situação delicada nas contas do país. O governo já promoveu congelamento de salários, corte nos gastos públicos e pode demitir funcionários.

“Ladrões, desonestos, banqueiros”, protestava um dos cartazes. Em meio a uma série de mãos espalmadas acenando para o Parlamento – gesto considerado ofensivo pelos gregos –, um manifestante empunhava um cartaz que lia “Bravo, Iêmen”. O presidente iemenita foi submetido a uma cirurgia na Arábia Saudita por ferimentos sofridos em um ataque a seu palácio.

Outro cartaz fazia comparações com os protestos de Cairo, que derrubaram o presidente egípcio Hosni Mubarak. “Da Praça Tahrir à Praça Sintagma, nós apoiamos vocês!”

O governo do primeiro-ministro grego, George Papandreou, considera um plano econômico para impor ainda mais medidas de austeridade em troca de um segundo programa de ajuda externa.

Na semana passada, representantes do governo sinalizaram o comprometimento com uma estratégia fiscal de médio prazo, em consonância às imposições do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do mercado financeiro.

Segundo o governo, as medidas incluem “uma redução significativa do emprego no setor público, a reestruturação ou fechamento de entidades públicas e racionalização dos benefícios, protegendo, ao mesmo tempo, grupos vulneráveis”. Além disso, também se fechou um compromisso no sentido de acelerar as privatizações no país, outra “exigência” do FMI e da União Europeia.

Trabalhadores protestam

Por conta das medidas anunciadas pelo governo, na última sexta-feira manifestantes do PAME (Frente Militante de Todos os Trabalhadores, na sigla em grego), entidade filiada à Federação Sindical Mundial (FSM), saíram às ruas de Atenas para protestar contra a crise que assola o país.

Os trabalhadores ocuparam simbolicamente a sede do Ministério Nacional de Finanças, chamando toda a população a se manifestar e se organizar contra as medidas antipopulares do governo grego.

Por conta da delicada situação do país, os trabalhadores convocaram para o próximo dia 15 uma nova greve geral, sob o lema “Não vendemos, não estamos à venda”, com a previsão de passeatas e manifestações em diversas cidades gregas.

Com agências

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