Pesquisa mostra que 70% dos britânicos querem que Estado volte a controlar serviços essenciais

Enquanto o Brasil avança nas reformas privatizantes dos serviços, a Inglaterra dá sinais claros de esgotamento diante da má qualidade e dos altos preços que se praticam no país que iniciou a privatização de serviço essenciais na era Thatcher, nos anos 1980.

Pesquisa divulgada pelo jornal The Guardian revela que os britânicos reprovam a experiência das últimas três décadas de “Estado mínimo” e querem a volta da presença do Estado nos serviços básicos. 

De acordo com o jornal, “a propriedade pública está na moda de novo”, principalmente por causa das altas tarifas, dos serviços insuficientes e do mau atendimento oferecido pelas empresas privadas e terceirizadas, responsável por um número recorde de queixas dos usuários 

“Transferir os ativos públicos da Grã-Bretanha para a propriedade privada e confiar apenas na regulação para garantir que eles fossem gerenciados para oferecer um interesse público mais amplo foi sempre uma aposta arriscada. E essa aposta não valeu a pena”, explica o artigo de Will Hutton,  diretor do Hertford College, em Oxford e presidente do Big Innovation Centre.

No artigo, o autor explica que não são apenas os números das pesquisas que representam uma queda geral na confiança dos serviços privatizados, mas há uma visão generalizada de que os objetivos de lucro exigentes anularam as obrigações de serviço público.

Os dados da pesquisa revelaram que 83% são a favor da nacionalização da água, 77% a favor da nacionalização da eletricidade e gás e 76% a favor da nacionalização das linhas férreas.

A Thames Water, empresa de água, sob propriedade privada, tem sido o exemplo mais flagrante, acumulando altas dívidas, pois distribuiu dividendos excessivos aos seus acionistas. Com as taxas de investimentos atuais a empresas levará 357 anos para renovar a rede de água de Londres.

Portal CTB

 

 

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