Olho Crítico: Brics cria banco e fundo de contingência contra crise

Sindicalistas realizam 3º Fórum do Brics Sindical e exigem dos líderes do  bloco tratamento igual ao que é dispensado ao empresariado

Será de US$ 200 bilhões o valor inicial que o Brics destinará ao novo banco de desenvolvimento e ao fundo de contingência contra turbulências cambiais criados no dia 15 em Fortaleza durante a VI Cúpula do grupo, que reuniu os presidentes dos cindo países que o compõem (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A decisão aponta para uma nova arquitetura econômica internacional. As novas instituições surgem como uma alternativa ao Banco Mundial e ao FMI, órgãos dominados pelos EUA e Europa. Reafirmou-se também a intenção de promover relações comerciais e financeiras no interior do bloco com base nas moedas próprias e em detrimento do padrão dólar.

Voltado principalmente para o financiamento de projetos de infraestrutura nos países considerados emergentes ou em desenvolvimento, o banco de desenvolvimento – com sede em Xangai, na China – contará com um capital de US$ 100 bilhões de dólares, o mesmo montante destinado ao fundo de reserva, que terá por objetivo brindar os países do grupo contra os efeitos das crises financeiras e reversões dos fluxos de capitais.

O comunicado de 72 pontos divulgado no final da Cúpula reitera o compromisso com a paz e a solução pacífica dos conflitos internacionais, defende a reforma do Conselho de Segurança da ONU, condena as sanções contra a Rússia, impostas pelos EUA e UE, os bombardeios e a ocupação da Palestina por Israel, e critica a rede mundial de espionagem montada pela Casa Branca com base na internet.

No mesmo dia 15 foi realizado em Fortaleza o III Fórum do Brics Sindical, uma reunião paralela à da VI Cúpula, com a presença de lideranças da classe trabalhadora do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Os sindicalistas estão engajados na luta por uma nova ordem mundial e em geral apoiam as iniciativas do bloco. Mas pleiteiam o reconhecimento do Brics sindical pela Cúpula, a exemplo do que já ocorre com o Conselho Empresarial do Brics

A presidenta Dilma recebeu uma comissão do III Fórum e prometeu apoiar a reivindicação dos trabalhadores, que em sua opinião merecem o mesmo tratamento do patronato, não se justificando a assimetria. O secretário de relações internacionais da CTB, Divanilton Pereira, disse que a participação ativa dos trabalhadores nas deliberações do Brics é indispensável para que a nova ordem mundial que está emergindo “não venha a reproduzir os mesmos mecanismos de dominação e injustiças da atual ordem imperialista, o que tende a ocorrer na medida em que só os interesses dos capitalistas são consultados e considerados”.

Fonte; Jornal Olho Crítico

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