Lula quer substituir dólar no comércio sul-americano

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira a substituição do dólar como moeda do comércio sul-americano. "Precisamos colocar nossos ministros da Fazenda e presidentes dos Bancos Centrais para criar regras para não ficarmos dependentes do dólar, que está cada dia mais escasso e problemático", afirmou.

Diante da crise financeira mundial, Lula defendeu o uso de moedas nacionais nas trocas comerciais entre os países da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que já agrupa todas as economias do continente exceto a Guiana Francesa e as Ilhas Malvinas, ainda sob domínio colonial europeu. Ele fez a declaração em coletiva de imprensa após encontro com o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, que se mostrou favorável-se à sugestão.

O presidente brasileiro reafirmou que vê a crise como uma oportunidade para as economias sul-americanas. "Vejo nessa crise uma grande oportunidade para ter mais ousadia e coragem e fazer o que, em tempo de normalidade, achávamos que não podíamos fazer, porque Basiléia [cidade suíça, sede do Banco de Compensações Internacionais, uma espécie de Banco Central dos Bancos Centrais, que também dá nome ao acordo que trata da normatização dos procedimentos bancários] não concordava, porque o Banco Mundial não achava bom", afirmou.

Divergências com a Argentina

Lula também comentou a reunião em nível ministerial entre Brasil e Argentina, para evitar uma guerra de medidas protecionistas nas trocas comerciais. Para o presidente brasileiro, a relação entre os dois países é "profunda" e "forte" a ponto de permitir que qualquer divergência entre os dois países seja superada.

"Estou convencido de que a relação entre a Argentina e o Brasil é tão profunda e tão forte que não há divergência que não possa ser solucionada", disse. E completou: "é bom que a gente tenha divergência, e é melhor ainda que a gente tenha competência e vontade política de resolvê-la".

Participaram da reunião, pelo lado brasileiro, os ministros de Relações Exteriores, Celso Amorim, da Fazenda, Guido Mantega e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Do lado argentino compareceram os ministros das Relações Exteriores, Jorge Taiana, da Economia, Carlos Fernández, e da Produção, Débora Giorgi.

Nota divulgada pelo Ministério de Relações Exteriores informa que "a reunião ministerial tem por objetivo aprofundar o diálogo bilateral sobre as medidas tomadas pelos dois governos no contexto da atual crise internacional".

Com informações da Agência Brasil

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